Blog Pro Wrestling Portugal: IWA-MS Independent Wrestling Association, Hardcore Wrestling



IWA-MS Independent Wrestling Association, Hardcore Wrestling


IWA-MS, uma promoção que orgulhosamente se intitula de hardcore. Hardcore não por causa do arame farpado, das mesas a arder, do sangue e das lâmpadas partidas na cabeça dos seus lutadores (ou pelo menos, não só por isso), hardcore, porque como o seu promotor, Ian Rotten, orgulhosamente se refere constantemente, na IWA-MS não importa se estão 50 000 ou 50 pessoas a assistir, os rapazes dão sempre tudo o que têm e proporcionam o melhor show possível.

Esta promoção foi criada em 1996 (encontra-se de momento no seu 12º ano e prepara para o próximo dia 1 de Março o seu show nº 500!!!) quando Ian Rotten abandonou a ECW juntamente com Axl Rotten, e baseava-se na área do midwest, inicialmente em Louiseville, onde Ian Rotten recorria a talentos estabelecidos localmente como Tracy Smothers, Ricky Morton ou Doug Gilbert. Aliás, uma das politicas da IWA-MS sempre foi a de ter veteranos nos shows dispostos a ajudar os mais novos a evoluir, ainda em 2007, os fãs da IWA-MS puderam continuar a ver Tracy Smothers, Ricky Morton, Too Cold Scorpio ou até The Honky Tonk Man. Anteriormente, wrestlers como Chris Cândido, Dusty Rhodes ou Terry Funk pisaram os ringues da IWA.

Foram contudo os combates mais violentos que ajudaram a IWA-MS a ganhar nome na zona. Para além de Ian e Axl Rotten, famosos pela sua feud na ECW, nos seus primeiros anos, a IWA-MS foi feita por homens como Bull Pain, Corporal Robinson, Mad Man Pondo, mais tarde Mean Mitch Page, Rollin Hard ou Necro Butcher foram nomes que se fizeram notar.

Os combates eram violentos em si, mas o melhor era o facto destes homens ao estilo da ECW conseguirem também trabalhar o público e produzir grandes brawls. Não tinha a ver com spots loucos, tinha antes a ver com brigas ao longo do edifício, murros, cabeçadas, sangue, e também obviamente o que fazia dos combates algo verdadeiramente loucos, o arame farpado, as lâmpadas, os tacos de baseball com pioneses, etc.

O booking podia considerar-se algo Old School, sendo que Ian Rotten sempre se mostrou um booker capaz e criativo conseguindo alguns dos melhores momentos em termos de storylines que as indys viram nos 11 anos que a IWA-MS já leva. O bom acerca da IWA-MS é a sua diversidade, quem vê um show arrisca-se a ver de tudo.

Para além da sua divisão hardcore/deathmatch/o que lhe quiserem chamar, a IWA-MS também foi dando vida à sua divisão técnica/high flying. Nos primeiros anos foram Suicide Kid, Tarek the Great e American Kickboxer (Um dos wrestlers que eu mais gosto de ver e que penso que é verdadeiramente underrated por ter surgido no período pré-ROH). A partir de 2000 começaram a surgir na IWA-MS alguns jovens com nomes como CM Punk, Colt Cabana, BJ Whitmer ou Chris Hero. Foi o início do que foram vários anos a produzir vários talentos que brilhariam mais tarde noutros lugares.

CM Punk e Chris Hero proporcionaram na IWA-MS alguns dos mais incríveis combates da época, para quem gosta de combates longos, são imperdiveis alguns dos seus confrontos, o seu combate de 60 minutos, o TLC de 55 minutos (do qual terão imagens no final deste artigo), o 2/3 falls de 93 minutos (!!!) ou o clássico combate em que CM Punk consegue vencer Chris Hero poucos segundos antes de terminarem o tempo limite de 60 minutos!

Com o incremento de lutadores ‘cientificos’, Ian Rotten criou um torneio chamado Sweet Science 16, que pretendia coroar os melhores desta divisão. Este torneio, acabou por se tornar anual, e um dos fins-de-semana mais aguardados todos anos pelos fãs das indys. Após as vitórias de Ace Steel (outro wrestler tremendamente underrated e que foi uma das figuras da IWA-MS, actualmente despedido pela WWE depois de alguns meses na OVW) e de Chris Hero, o torneio passou a chamar-se Ted Petty Invitational, em honra de Ted Petty, falecido em 2002. Para se ter noção do que se tornou o TPI, basta referir alguns dos seus mais prestigiados participantes, para além dos já citados regulares da IWA-MS, nomes como Adam Pearce, Nova, Mike Quackenbush, Ken Anderson (Mr. Kennedy na WWE), Jimmy Rave, AJ Styles, Christopher Daniels, Jerry Lynn, Alex Shelley, Jimmy Jacobs, Chris Sabin, Nigel McGuinness, Cláudio Castagnoli, Samoa Joe, Austin Áries, Petey Williams, Matt Sydal, Bryan Danielson, Delirious, James Gibson (Jamie Noble na WWE), Davey Richards ou Roderick Strong.

Aliás, a IWA-MS pode orgulhar-se por ter ajudado a criar muitos destes wrestlers, Jimmy Jacobs por exemplo, teve o segundo reinado mais longo de sempre com o IWA-MS title e é indiscutivelmente um produto da IWA, o mesmo para Alex Shelley, Delirious ou Matt Sydal.

Quem observa um card da IWA-MS em 2004 ficará espantado com os nomes que vê, seguramente perguntará “como é que eles têm dinheiro para promover shows destes?” a resposta está no facto de Ian Rotten conseguir encontrar o melhor talento da área e ajudar a promovê-lo. Aliás, a IWA-MS é quase como um serviço ao wrestling em geral, visto que muitas vezes, Rotten não booka os shows eventualmente mais lucrativos para si, mas antes os melhores shows possíveis, shows que ajudem o negócio e os lutadores. Se é verdade que isso já por mais que uma vez colocou a IWA-MS em problemas financeiros, não é menos verdade que é isso que faz que nesses momentos existem diehard IWA fans dispostos a ajudar a companhia a sobreviver.

Chris Hero uma vez disse que a IWA-MS era um lugar especial. Sim, na altura a IWA-MS era o local onde trabalhava principalmente, mas o certo, é que sendo hoje Chris Hero um wrestler com imenso mercado, não deixou de aparecer no TPI 2007 para fazer um dos melhores combates de 2007 em qualquer lugar num Last Man Standing brutal contra Eddie Kingston. Hero não fez o combate porque precisasse dele, mas antes porque era IWA-MS e porque sabia que estaria a ajudar a criar uma nova estrela em Eddie Kingston.

Os cards de hoje da IWA-MS podem não dizer muito a muita gente, mas quem acompanha sabe que nomes como Chuck Taylor, Eddie Kingston, Mickie Knuckles, Michaels Elgin, Josh Abercrombie, Jack Thriller (um dos meus wrestlers preferidos da actualidade, alguém a desenvolver num artigo futuro) ou os Iron Saints (Vito e Sal são talvez a melhor tag team no momento [são pelo menos bem mais entretidos que os Briscoes], Brandon é outro lutador de quem se fala pouco mas que não deve faltar pouco para que se repare nele. Para além de excelentes wrestlers, estes 3 irmãos são 3 individuos incrivelmente divertidos e criativos).

Num extra, vi recentemente o Cage of Death IX, teoricamente o principal evento da CZW este ano. E raios, é tremendamente injusto quando se fala da IWA-MS como garbage wrestling e se a põe ao nível da IWA-MS. A CZW tem bom talento, mas o booking de Zandig não é nada demais, os ‘originais’ da CZW representam exactamente o contrário do que a IWA-MS promove, são individuos que fazem big bumps e tudo o mais mas que não conseguem vender a sua gimmick de hardcore, não conseguem “contar a história” de como são hardcore. O público da CZW é extremamente vulgar, qualquer individuo fica over ao fazer piadas sobre chupar pilas, etc. Nunca segui muito CZW, e este show deu-me vontade de não seguir mais. Vou dar-lhes uma ultima chance com o seu show de Janeiro que parece ter um card interessante, mas não estou muito entusiasmado.

Quanto ao Cage of Death em si, foi entretido mas podia ter sido muito melhor trabalhado. Fica de positivo o resultado, a consagração de Danny Havoc, um jovem que não tem problemas em meter o corpo em jogo e que apesar de todo o sofrimento a que é sujeito consegue manter um incrível sentido de humor. Se forem ao youtube procurem por “Danny Havoc promos” e vão ver que o rapaz é verdadeiramente hilariante. Está bookado para 2 dos 3 próximos shows da IWA-MS, espero que possam fazer qualquer coisa de interessante com ele, o rapaz merece.

Para quem tiver tempo para uma pequena leitura: http://dannyhavoc.tripod.com/id31.html (a sério, visitem o site, a escrita do gajo é tremenda),

E depois deste longo post que talvez 3 pessoas tenham lido na totalidade (até porque eu não fiz revisão de texto pelo que deve haver expressões repetidas montes de vezes e outras coisas aborrecidas na leitura que nos ensinam em português que não se podem fazer), material bónus! Para não dizerem “ah, estás a falar bem e tal mas eu quero é cenas para ver”, pronto, tenho 3 pequenos vídeos de pouco menos de 10 minutos com imagens ilustrativas do que acabei de dizer.

1º - Alguns momentos no TLC entre CM Punk e Chris Hero pelo título da IWA-MS em 2002



2º - Combate bónus na segunda noite do TPI 2006 da IWA-MS. Uma lendária Battle Royal entre 6 equipas (maioritariamente compostas por elementos eliminados na primeira ronda do torneio).


3º - Alguns momentos no Cage of Death IX da CZW

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8 Comentários:

Em domingo, 10 fevereiro, 2008, Blogger Covenant disse...

Belo post! Até me deste vontade de sacar shows das indys. =$

 
Em segunda-feira, 11 fevereiro, 2008, Blogger Ricardo disse...

"Oh my god" - de facto é o que me apetece dizer. Como gosto do Punk, e sei que a feud com o Hero teve bons momentos no micro, até dei uma hipótese ao primeiro vídeo que colocaste. Sei que os fãs das indys vão acusar-me de ignorância, vão dizer que se não gosto é porque não conheço, porque nas suas cabecinhas é inconcebível que alguém conheça e não goste. Mas a verdade é que eu conheço muito bem o produto. Alguém precisa de dizer isto com todas as letras, portanto aqui vai: as indys não prestam.

Vamos aos exemplos. Qual o melhor Punk? O Punk da fed do ECW-bingo hall, ou o Punk da ECW-WWE? É impensável que depois deste vídeo alguém objectivamente não ache que é o segundo. Ao fim de cerca de dois minutos decidi deixar aqui esta mensagem e ir trabalhar, pois estava a desperdiçar o meu tempo vendo os outros dois.

Por favor, poupem-me. Sendo objectivo: um piledriver em câmara lenta a uma rapariga que lhe foi tocar ao de leve no pé; um tipo que sobe à corda superior meio curvado; o Punk a demorar cerca de 1 minuto a falar para o (reduzido) público; um powerbomb que consiste em deixar-se cair para trás; um ringue minúsculo; objectos por todo o lado; meia dúzia de gatos pingados white trash americano à volta. Need I say more?

Defender as indys nestes termos continua a parecer-me pura teimosia, e uma vontade enorme de ver o que se quer em sítios onde o que está a acontecer é exactamente o contrário. Não há storytelling nesta treta, não há espectáculo, há uns tipos com uns spots forçados uns nos outros.

Os fãs das indys recordam-me aqueles benfiquistas que vão para o estádio da luz todos os dias ver os treinos dos juvenis e dos iniciados. É isso que os wrestlers das indys são. Os bons vão para a WWE. Os maus tornam-se em nada. E quem só vê indys nunca chega a ver wrestling a sério.

Há limites para esta vontade idiota pós-moderna de se ser alternativo!

 
Em segunda-feira, 11 fevereiro, 2008, Blogger Ricardo disse...

E, já agora, não poderia deixar de comentar esta:

"(...) Rotten não booka os shows eventualmente mais lucrativos para si, mas antes os melhores shows possíveis, shows que ajudem o negócio e os lutadores (...)"

Que alma bondosa que ele é... Isto parece-me um pouco ingénuo, mas paradigmático de tudo o que disse antes. Então os melhores shows possíveis não são os que levam as pessoas a pagar para ver, e logo os mais lucrativos? Se bem que a relação entre dinheiro e qualidade não é de 1 para 1, a verdade é que também não é de proporcionalidade inversa... Aliás, ainda me hão de mostrar uma empresa, seja de que ramo for, que não tenha lucros e seja boa para os seus trabalhadores. Realmente, as indys são maravilhosas...

 
Em quarta-feira, 13 fevereiro, 2008, Blogger Lucas Neves disse...

1º - o Rotten é das pessoas que mais fez pelo circuito indy, sem IWA-MS a ROH nunca atingiria o nivel que atingiu. Os problemas financeiros levam a que por vezes haja problemas, houve-os com o Punk, foram resolvidos, nem sei muito sobre o assunto. Quanto a fazer a vida negra ao Hero não faço a minima ideia, em termos de booking foi sempre valorizado, e seja como for, está também resolvido.

2º - E pode-se falar de muitas mais, mas o Punk e o Hero foram os primeiros a levar a divisão "cientifica" da IWA-MS a outro nivel. Também sou grande fã do que já vi entre o Tarek the Great e o Kickboxer.

3º - Sim, a feud já dura! Mas dúvido que o Kingston fosse hoje IWA champion sem o Last Man Standing com o Hero. De todo o modo, o que eu quis dizer, é que o Hero não tinha necessidade nenhuma de fazer um combate daqueles em 2007, é quase Main Eventer na ROH, é o grande heel da CHIKARA, já vai ter outra Tour com a NOAH em Março, tem bookings por todo lado, etc. E o unico motivo pelo qual se sujeitou a um combate tão brutal foi para ajudar o Kingston a ficar over.

4º - Eu vou dar uma oportunidade ao show de Janeiro, e logo se vê...

Já houve uma feud IWA-MS - CZW, mas não chegou a fim devido a conflito entre as partes, o Rotten em entrevista culpabiliza o ego do Zandig.

Quanto ao ultimo comentário do Ricardo.

Ter mais pessoas a ver não equivale a ter mais lucro, porque também implica usar wrestlers mais caros. easy math.

Não vou comentar o primeiro comentário quando lá vejo criticismos do tipo "um powerbomb que consiste em deixar-se cair para trás".

 
Em quarta-feira, 13 fevereiro, 2008, Blogger Ricardo disse...

"Ter mais pessoas a ver não equivale a ter mais lucro, porque também implica usar wrestlers mais caros. easy math."

Easy math? De facto, eu achei que era...

A WWE é a empresa mais lucrativa porque, entre outras razões, tem mais pessoas a assistir e a comprar merchandise, apesar de ter também os lutadores mais caros. Isto tem a ver com dois factos. O primeiro é aquilo que em Economia básica se denomia de "economias de escala" (há custos fixos que têm que existir sempre, mas são mais rentabilizados em shows grandes para muita gente). Em segundo lugar, com o facto da relação entre as variáveis não ser de 1 para 1.

Então easy math? Parece que a math não é assim tão easy...

Visto a discussão já ser um encore, não vou nem perguntar afinal em que é que a minha argumentação está tão errada que já nem merece desculpa (posição perigosa, essa... parece sempre que se acabaram as respostas).

Wolf: é óbvio que gostos são gostos. Sei que não foi isso que fizeste, mas acho essa expressão muito perigosa porque ela pode ser interpretada (abusivamente, mas acontece) como um "gostos não se discutem". E eu sou frontalmente contra essa ideia, tantas vezes repetida em tantos meios, que me parece incrivelmente estúpida e cobarde. Se há coisa que se discuta, são os gostos. Pelo menos, é sempre legítimo pensar as suas motivações e razões.

 
Em quinta-feira, 14 fevereiro, 2008, Blogger Ricardo "Jay Lethal" Loja disse...

Mas repara, as economias de escala têm limites, a certa altura já não as podes fazer.

Um dos exemplos na IWA-MS é o Roderick Strong, que é caro, tem se pagar a viagem de avião da Flórida, é um gajo que só dá prejuizo porque não há beneficio marginal em usá-lo. Ninguém vai ver shows da IWA-MS por causa do Strong.

Então, é mau booking? Não é, porque o Strong vem para trabalhar com malta local, Ricochet, Nate Webb, Drake Younger, Toby Klein, etc. Ajuda a establecer o talento local, ajuda-os a crescer como wrestlers, o que melhora o produto all around, mas não faz com que determinado show seja mais lucrativo.

Anyway, os lutadores da WWE já farão parte do capital fixo em grande parte, pois, recebem todos ao mês e por isso há interesse em utilizá-los.

"Visto a discussão já ser um encore, não vou nem perguntar afinal em que é que a minha argumentação está tão errada que já nem merece desculpa (posição perigosa, essa... parece sempre que se acabaram as respostas)."

A argumentação está errada a partir do momento em que a tua visualização está também ela já enviesada, dizes que deste uma oportunidade ao video quando é evidente que não e em dois minutos conseguiste encontrar erros que mais ninguém os vê.

Piledrivers em camara lenta? Ok, o Punk desafia as leis da gravidade. A rapariga impede que o Punk faça um move Springboard por entre a table, o Punk puxa-a pelos cabelos e da´-le com o Piledriver por entre a mesa. Depois ri-se excitado porque bateu numa gaja.

Não há aqui storytelling? O Punk não mostra a sua personalidade?

Depois tenta colocar o Hero com o seu finisher por entre uma table mas o Hero faz um comeback. Qual é o problema da Powerbomb ter sido para trás?

Um gajo a subir curvado? É suposto depois de mais de meia-hora num TLC as os movimentos serem graciosos e perfeitos? Não é suposto os wrestlers venderem o dano, fazerem parecer que estão debilitados e que fazem as coisas em esforço, para sei lá, dar-lhes valor? Fazer com que tenham sentido?

Objectos por todo o lado? É um TLC, temos um escadote no ringue e duas mesas montadas, é normal.

Há pouco público logo o combate é mau? O ringue é pequeno logo o combate é mau? White Trash americano?

10 minutos com 4 spots forçados, que importa que sejam também eles Sick~!, bem vendidos, com sentido de pacing, etc?

Aliás, basta ver, que nesse combate o primeiro Spot forçado ocorreu por volta dos 20/25 minutos.

Agora, se eu vou postar um Clip, acho normal que poste numa parte de Climax do combate, com os high spots a surgirem. Claro que só com o clip não se entende a story toda, mas é isso que são clips e é assim que devem ser entendidos.

Mas pronto, o Cena vs Edge é que foi um TLC de grande storytelling, aquele minuto em que o Cena tentou dominar o Edge com headlocks para evitar que se usassem escadotes foi absolutamente emocionante, os spots tiveram todos um sentido imenso, aliás, admira-me que não haja no secundário uma disciplina de WWE onde os alunos analisam a fundo os maravilhosos combates que lá se passam.

Claro que o que o Cena fez com o Edge em um minuto, fez o Punk ao Joe em 60.

A teoria era que o Joe ganhava sempre os seus combate na base de ofensiva rápida e dura e acabava os seus combates pela marca dos 10/15 minutos, o Punk tenta como estratégia dominar um homem maior com um headlock, e acredita que o Joe não tem cardio para aguentar um combate longo.

Claro que se fores tu a ver o combate vais ver um monte de holds sem sentido que o unico objectivo é perder tempo para depois ir dizer "oh, nós somos alternativos, tivemos um combate que acabou num empate de 60 minutos!"

E é por isso que custa um bocado insistir nesta discussão.

 
Em terça-feira, 19 fevereiro, 2008, Blogger Ricardo disse...

É pá, que grande confusão que vai nessa cabeça! Então "as economias de escala têm limites, a certa altura já não as podes fazer", e "os lutadores da WWE já farão parte do capital fixo em grande parte, pois, recebem todos ao mês e por isso há interesse em utilizá-los"?! Isto era muito grave se fosses formado em Economia. Como provavelmente não és, é apenas um erro, mas mesmo assim quando a tua presunção inicial foi dizeres "easy math", não posso deixar de notar a ironia.

Os lutadores da WWE são custos semi-fixos, porque apenas o salário base é tabelado (grande parte do salário, mesmo assim, é variável). Mas admitamos que são um custo totalmente fixo. Precisamente por isso, em quantos mais shows forem usados, e quanto mais público os vir, melhor. É isso uma economia de escala: alocar custos fixos a grandes quantidades, por forma a que cada unidade monetária gasta equivala ao maior rendimento final possível.

Assim, quanto mais pessoas virem o show, mais esses custos fixos se diluem, ainda que os lutadores sejam mais caros. O que é precisamente o meu ponto, e totalmente o oposto do teu!

Quanto ao resto, apenas me apetece reponder isto: sem querer, dás razão ao meu ponto quando digo que discutir pormenores é inútil porque perante uma mesma realidade todas as visões são possíveis. Em vez de leres o que eu escrevo, relê o final do teu post. Diz exactamente a mesma coisa que eu digo.

 
Em terça-feira, 19 fevereiro, 2008, Blogger Ricardo "Jay Lethal" Loja disse...

Os custos fixos só se diluem se houver beneficios marginais em acrescentar determinado wrestler.

Podes definir o bom show como "o show que mais pessoas querem ver", mas eu posso ter um showzaço numa terra, fazer com que os wrestling fans todos da terra tenham comprado bilhete, acrescentar o Danielson ao card, os fâs passam a querer ver o show ainda mais... mas não vão pagar mais por ele. Quanto muito, tenho mais 5 ou 6 gajos que decidiram viajar para ver o show, mas esses não cobrem os custos do Danielson.

Eu posso aumentar a procura pelo show sem que tenha por isso lucrado, nesse caso a economia de escala não funciona, aliás, e como deves saber, é teoria básica das economias de escala que a certa altura elas deixam de dar lucro e passam a dar prejuizo. Ás vezes podem nem dar lucro desde o inicio.

Era isso que queria dizer com os limites da economia de escala, se o termo é incorrecto nos termos da disciplina peço desculpa, mas penso que se entendeu.

Quanto à situação da WWE, admito que me possa ter exprimido de forma algo confusa, mas o facto dos custos serem semi-fixos torna o uso de economias de escalas óbvio, se não querem usar os gajos mandam-nos embora.

 

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