Blog Pro Wrestling Portugal: setembro 2007



Muito barulho por um jerico

Publicado por Royce Gracie em 28 de setembro de 2007 às 11:13 da manhã.



Saudações, fadistas da minha terra.

Numa altura em que John Cena celebrou o primeiro dos seus dez anos de reinado ininterrupto e que o The Great Khali perdeu o seu título, qualquer verdadeiro fã de wrestling poderia pensar que a WWE não está propriamente numa fase inspirada. Infelizmente essa pessoa teria toda a razão, já que desde a vitória do imortal Hulk Hogan contra a eterna promessa adiada Randy Orton que a WWE vem vindo a fazer asneira atrás de asneira. Entre limusinas que explodem, filhos bastardos, ataques cardíacos provocados por viagra e outras storylines igualmente insultuosas para a inteligência de alguém cujo olhar não lembre peixe morto ou Groo, a verdade é que a falta de criatividade dos argumentistas da WWE parece só encontrar paralelo na falta de carisma da grande maioria da actual vaga de lutadores.

Será então esta a altura para os adeptos do wrestling começarem a partir as cabeças uns aos outros e a deleitarem-se com as substâncias pegajosas nos seus interiores? Off-the-record (coisa estranha para uma crónica escrita) receio bem que sim. Porém, no meio da apatia que se instalou entre os verdadeiros fãs de wrestling depois de 365 dias de spinner belts e gay jokes, um mero anúncio parece ter tido o dom de despertar as pessoas do marasmo e de as fazer acreditar num futuro melhor. Falo como é lógico da promo que tem passado nos últimos shows da WWE com a enigmática mensagem “SAVE_US.222”, e que tem sido interpretada num misto de dedução e de esperança como anunciando o regresso iminente de Chris Jericho aos ringues, depois de um hiato que já dura há tempo demais.

Se Jericho estará de volta ou não saberemos em breve, mas não estou a ver como o regresso dele por si só poderá alterar muito o status quo. Considero-o um óptimo wrestler e alguém bastante dotado com o microfone, mas... em ambos os aspectos há melhores que ele. Jericho esteve sempre numa segunda linha na WWE, nunca disputou o main event de nenhuma Wrestlemania, de certeza que não é por ele regressar à Raw que todos os problemas se vão resolver como por um passe de mágica. Além disso, resta saber se ele estará de volta para ficar ou se apenas o tempo suficiente para promover o seu novo livro.

Recentemente a WWE já botchou completamente um regresso, o do Triple H. Apesar do lutador narigudo ter voltado aos ringues em excelente forma física, a verdade é que o combate contra o King Booker não entusiasmou ninguém e desde então HHH tem estado num feudo com Carlito sem que ninguém consiga perceber bem o porquê disso. Por uma razão ou outra Carlito nunca conseguiu sair do midcard, daí que imaginar que ele poderia ter alguma hipótese de sucesso contra alguém cuja presença no Hall of Fame já está mais que garantida seria quase tão estúpido como votar para eliminar o “A Canção de Lisboa” numa votação para eleger o melhor filme português de sempre. De resto o Trips tem estado entretido a gozar com o Vince por causa do seu filho bastardo, proporcionando belos momentos televisivos conhecidos por “zapping”. Foi para isto que o Triple H voltou? Em vez de estar a disputar (e a vencer) o título de campeão anda a feudar com o Carlito e a mandar bocas ao sogro? Minha Santa Eliza Dushku, metade dessas coisas podia fazer até de muletas, não precisava de ter andado 8 meses a fazer reabilitação para isso.

Perante isto, tenho sérias dúvidas que o eventual regresso do Chris Jericho possa mudar muita coisa. Terá sem dúvida um belo pop da primeira vez que aparecer, mas depois não estou a ver o que a WWE Creative fará com ele. Será que voltará a ter o seu Highlight Reel? Teremos um feud com o Carlito para ver quem é o melhor entrevistador da WWE? Ou será que o Funaki também será metido ao barulho? E a Maria, como fica no meio disto tudo? Claro que há sempre a possibilidade de porem o Jericho a lutar com o Cena pelo título, mas também não estou a ver em que aspectos ser submetido com o STFU seria benéfico para o seu regresso, e sejamos realistas, é isso que acontece a todos os desgraçados que têm o azar de enfrentar aquele que foi recentemente nomeado para os Nickelodeon Kids Choice Awards na categoria de desportista, juntamente com David Beckham, o tal que se não fosse as mulheres acharem-no bonito andaria agora nalguma divisão distrital. Nada a ver com o John Cena, portanto.

Enfim, o Chris Jericho pode estar de volta à WWE. Bom para ele e bom para nós se assim for, mas acho que neste momento o único wrestler que poderia dar uma volta de 540º nisto tudo era o The Rock, e esse infelizmente já deixou o wrestling de vez.

Contra-corrente: Heróis descartáveis

Publicado por Ricardo em 27 de setembro de 2007 às 11:45 da tarde.

Quem se deslocou ao Parque Tejo no Verão do presente ano para o concerto de uma das melhores, maiores e mais antigas bandas da história recente da música mais pesada, os Metallica, foi brindado com um espectáculo audiovisual, no qual as estrelas maiores foram os temas esquecidos na sua já extensa discografia. Um desses temas que se fizeram escutar pelo recinto e imediações, e que é muito poucas vezes interpretado netas ocasiões, data de 1986, e tem por título “Disposable Heroes”. Trata-se de um tema que aborda a forma como as nossas instituições políticas e militares criam indivíduos que carregarão a bandeira e a nação às costas, como verdadeiros heróis, apenas para que depois os possam enviar para a linha da frente de uma batalha qualquer onde enfrentam uma morte certa, e são substituídos no mesmo papel desde logo por um outro. Uma face entre muitas, saciando o nosso permanente desejo por novidade e evolução.

A forma um pouco hipócrita como a sociedade entende a profissão de soldado, ou pelo menos como o fazia à data, era esta mesmo: como heróis descartáveis. Usa-se um, cria-se outro. Não é tão dramático como enviar um jovem para a sua morte, mas o facto é que também na sociedade civil com grande facilidade se transformam indivíduos normais em pessoas extraordinárias, apenas para mais tarde os ver cair, destroçados pelo mesmo sistema que lhes conferiu notoriedade. Andy Warhol designou este efeito pelos tais 15 minutos de fama a que supostamente todos temos direito.

Mais uma vez, como em tantos outros casos, o Mundo impiedoso do Wrestling amplifica esta tendência. E acaba por fazê-lo de uma forma directa e de uma forma indirecta. A forma directa é simples, e ocorre através dos “pushs”, que são séries de vitórias ou exibições dominantes nas quais se permite a dado lutador ganhar algum tipo de realce e exposição pública. Mas basta uma situação infeliz nos bastidores, ou até um capricho do promotor da federação em causa, e de vedeta em ascensão esse mesmo lutador passa de imediato a “jobber”, sendo derrotado de forma limpa em vezes consecutivas. Tão depressa como vieram, os 15 minutos passaram.

O efeito indirecto é mais subtil, e passa-se numa esfera mais ampla que o estrito plano da relação entre federação e lutador. O efeito indirecto envolve-nos a nós, enquanto público, à imprensa, enquanto ávida por notícias que transformem o particular no geral, e aos próprios lutadores, no âmbito das suas escolhas individuais. Há casos que se tornam muito interessantes devido a este efeito indirecto. E que caso maior poderia existir do que o do grande herói americano Kurt Angle?

Kurt Angle ganhou uma medalha de ouro na modalidade olímpica de luta livre nos jogos olímpicos de Atlanta em 1996. Foi uma vitória digna de um combate de Wrestling. O adversário era maior e mais forte, Angle competia com um pescoço partido, esteve em desvantagem, e mesmo assim recuperou e triunfou. Pouco tempo depois, Angle “vendeu-se” à modalidade na qual tinha chegado ao topo de carreira, e enveredou por um novo rumo, que o poderia ter conduzido à ECW, mas acabou por levar à WWE. O herói olímpico trocou a sua integridade, com grande inteligência, pelos dólares do entretenimento.
Na WWE, Angle conheceu um sucesso considerável, com a vitória em praticamente todos os campeonatos relevantes. Mas aquele cântico que tão bem jogava com o seu tema de entrada de “you suck” nunca o largou. Desde a primeira hora, Angle foi tamb+em vítima de cânticos de “aborrecido”, e os fãs nunca lhe permitiram tornar-se num “face” a cem por cento. O estilo semi-amador de Angle era original, mas este demorou muito tempo a aperfeiçoá-lo ao ponto a que chegou no pior momento possível: aquele em que as suas lesões se tornaram insustentáveis.

Kurt Angle conheceu uma notoriedade sem precedentes na fase final da sua estadia na WWE. Era simplesmente o melhor do Mundo, independentemente da federação. Angle era famoso como Hulk Hogan, tecnicamente ao nível de Bret Hart, e tinha finalmente encontrado a postura agressiva e intensa que lhe conferia o carisma de Steve Austin. Choveram elogios de toda a parte, sobretudo dos muito exigentes fãs da Internet que tudo julgam saber, os ditos “smarts” e “smarks”, seja lá o que isso quer dizer. Angle tinha tudo para se tornar num histórico da WWE.

Mas Angle vivia, em simultâneo, um autêntico drama. O seu corpo acumulava danos em praticamente toda a parte, e Angle vivia numa dependência mórbida de analgésicos. Durante algum período, o mesmo reconhece, esteve à beira da morte. Acabou por sair da WWE num processo de contornos obscuros, revelando nessa altura que gostaria muito de experimentar um estilo diferente, as artes marciais mistas. Tal não passou de uma distracção, pois Kurt Angle foi em três semanas apresentado como reforço da TNA. O herói americano foi descartado pela maior federação do Mundo.

A TNA acreditava que, ao contratar o melhor Wrestler no activo, as audiências do seu Impact aumentariam exponencialmente, e seria o início de uma mudança no sumidouro de verbas que a companhia é. Já os fãs, e os sítios de notícias da especialidade, ficaram indignados. Alguém no estado de Angle, com toda a probabilidade, acabaria morto no ringue, e a TNA seria responsabilizada. Algumas vozes mais razoáveis tentaram dizer que, por um lado, os problemas da companhia não seriam resolvidos com Angle, pois são mais profundos, mas que por outro lado também nada faria prever que Angle piorasse, pois a TNA faz gravações de duas em duas, ou mesmo de três em três semanas, dando-lhe muito tempo livre para cuidar da sua saúde. Só que, como sempre acontece, não são as vozes mais ponderadas aquelas que se escutam. É demasiado excitante que algo grandioso, positivo ou negativo, possa acontecer, e quebre a monotonia instalada, nem que precariamente, nos diversos domínios que não evoluem à velocidade que gostaríamos.

O tempo passou, e traiu os fãs profetas do apocalipse, vindo dar razão aos menos sensacionalistas e mais prudentes. Angle ainda está vivo. Não morreu no ringue, nem fora dele. Não está a piorar, e que se saiba o seu consumo de analgésicos já não é nada de preocupante. Recuperou a sua vida familiar, que se encontrava destroçada pelos requisitos de quase exclusividade da WWE, e neste momento a sua esposa até participa na sua carreira.
Mas, para completar os altos e baixos da forma como a carreira de Angle foi vista ao longo do tempo, também os esperançosos da TNA se enganaram. Com Angle, a TNA não só não piorou, como até diminuiu ligeiramente as suas audiências. Kurt Angle não é o mesmo da WWE, tendo acabado por se tornar um monopolista do topo da companhia pior do que Jeff Jarrett algum dia o foi. Angle, neste momento, é um empecilho que impede os lutadores mais talentosos, como Samoa Joe, de ascenderem ao degrau mais elevado da companhia. Isto serviu para congregar o ódio dos fãs, sobretudo dos mais acérrimos anti-WWE. O herói americano, na verdade, não passa de mais um herói descartado.

Em suma, pegando nas palavras da semana passada, no Wrestling não podemos saber quem é merecedor da nossa fé. Quando tentamos adivinhar, erramos completamente, e repetidamente. Acabamos por elevar pessoas normais ao estatuto de heróis, estatuto que ninguém consegue manter. E, aí, deitamo-los abaixo, e encontramos um herói novo. Provavelmente isso acontece devido à nossa ânsia de projectarmos nos outros os nossos próprios ideais, a nossa vontade e ideologia, e nunca vermos as pessoas e as coisas pelo que elas são. Acredito que é um efeito parecido que causa a separação tão vincada e militante entre fãs da WWE e fãs das federações independentes, que será o assunto da próxima semana.

SAVE_US.222

Publicado por Rafael "R.L.@" Arrais em 26 de setembro de 2007 às 8:22 da tarde.

O wrestling é fantástico.


Não deve haver outra forma de entretenimento no mundo que tenha a magia e o brilhantismo do wrestling, quando bem feito. Cinema, televisão, música, tudo pode ser colocado a um canto com uma jogada certeira de booking. Um checkmate sobre todas as formas de entretenimento.

Foi isso que todos os que viram a última edição do Monday Night Raw tiveram a oportunidade de presenciar. Um simples vídeo, de apenas 20 segundos, serviu para colocar o mundo do wrestling em completa euforia. Estrategicamente colocado entre uma transição no RAW, de forma a não chamar grande atenção e não "pedir" comentários por parte de Jim Ross e Jerry Lawler, o vídeo trata-se provavelmente da antecipação daquele que seguramente será o momento do ano 2007 - o regresso de Chris Jericho aos ringues.


Como podem ver através do player do YouTube colocado acima, é um vídeo estilo "Matrix", que parece conter várias mensagens camufladas, que já foram alvo de várias especulações. Todas as pequenas mensagens parecem apontar para Jericho. DISP_CHAMP pode ser lido por entre as palavras, o que pode apontar para o reinado como Undisputed Champion de Jericho. Outra referencia a campeonatos conquistados é CHAMP_HARD, Jericho foi campeão Hardcore. RAW_LOWER_DISP remete para o Highlight Reel, que era o programa apresentado por Jericho durante o RAW. Durante esse segmento, aparecia um logotipo próprio do segmento no canto inferior. WM00_MATCH refere-se ao combate que Jericho teve na WrestleMania 2000, contra Kurt Angle e Chris Benoit. RAW_Double_Fin poderá ser conectado com o combate entre Jericho e Chyna, que acabou com um double finish.

É verdade que todas essas palavras não apontam directamente a Jericho, podendo ser um vídeo de promoção de uma qualquer outra coisa, ou outro wrestler. Tem sido debatida a possibilidade do vídeo apontar para o Cyber Sunday, mas penso que neste caso, a WWE preocuparia-se, sem dúvida, em colocar a data e local do PPV. Poderá ser um vídeo a preparado para a estreia de outro wrestler, mas há uma linha que parece ser de uma interpretação mais que óbvia e concreta, que exclui essa possibilidade, trata-se da CD_VOLUME4_1 - na quarta edição do CD de músicas da WWE, a faixa número 1 é a "Break the Walls Down", música de entrada de Chris Jericho.

Há várias outras ligações que podem ser feitas com as palavras que aparecem no vídeo, mas o que parece ser mais importante e o que se repete mais vezes durante os poucos segundos de duração é a expressão que dá nome a esta crónica, SAVE_US.222.


Jericho estreou-se no ano de 1999 no RAW, e chamava-se, na época como o salvador do RAW. Oito anos depois, com vários títulos conquistados, poderá Jericho voltar das suas "férias" dos ringues e salvar-nos de todo o lixo que está na WWE? Poderá Jericho voltar à WWE com a missão de salvar os fãs de um reinado de mais de um ano de John Cena como campeão da WWE? Tudo isso poderá acontecer, o que seria fantástico para todo o mundo do wrestling. Ninguém melhor que Jericho para balançar as coisas e dar novo ar, ar fresco de qualidade, a todo o panorama do wrestling.

Poderá também ser mais uma jogada de Vince McMahon, e afinal, não haver Jericho para ninguém. Seria trágico se isso acontecesse, mas o objectivo de chamar a atenção e aumentar as audiências dos próximos RAWs parece estar, desde já, alcançado. Vamos esperar algumas semanas, por mais novidades a respeito do enigmático SAVE_US.222

Contra-corrente: Sexo, Drogas e Rock N’Roll

Publicado por Ricardo em 20 de setembro de 2007 às 8:02 da tarde.

Todo o ser humano é desconcertantemente multifacetado. Pelo meio da nossa busca incessante e permanente pela felicidade, passamos por períodos, que por vezes se eternizam, em que parecemos fortemente apostados em nos auto-destruirmos. Esse (aparente) paradoxo, que nem a psicologia conseguiu ainda explicar, parece ser amplificado pela relativização ética e moral pós-moderna, que nos deixou como que nus na caverna de Plutão, sós e desprotegidos, sem referências nem absolutos.

Uma das demonstrações mais que claras disto mesmo é o facto do comportamento que, em anos passados, apenas se observavam em alguns escritores, alguns libertinos diletantes, ou estralas de Rock, se ter democratizado e alcançado todos os estratos sociais. Mais ainda: esses comportamentos agudizaram-se ao ponto do ridículo. O vinho, bebida espirituosa durante séculos, foi destronado por bebidas brancas. As drogas, antigos veículos de elite para o imaginário, transformaram-se num banal hábito adolescente. Por todo o lado, estar fora da norma passou a ser a norma, e isto tem uma razão. Para todos nós no nosso quotidiano, é preciso estar-se na crista da onda, sempre na vanguarda dos comportamentos e das últimas tendências. A pressão social para se ser “original” vem desde a infância. Enquanto crianças, temos de ter todos os brinquedos que os outros meninos têm, e mesmo isso não chega, pois precisamos de ter um brinquedo adicional: aquele que ninguém tem. Quando crescemos, precisamos de ser tudo o que os outros são, e mais uma coisa qualquer que, mesmo sendo subtil, nos torna únicos. A grande perversão deste processo é que a originalidade dos poetas, dos românticos, daqueles que ao longo da História se foram distinguindo, deixou de ser uma característica própria, inata e inimitável do indivíduo. Hoje, a originalidade procura-se. E força-se. E, muitas vezes, ao esforçarmo-nos para sermos um pouco mais que os outros, mas tendo tudo o que eles têm, acabamos por nos esquecer de quem verdadeiramente somos. Acabamos por nos auto-destruirmos.

Se tal é verdade para as relações sociais, mais o é para as relações profissionais. No Mundo de hoje, deixaram de existir contratos longos, empregos para toda a vida. A lealdade já há muito saiu de cena, e a identificação trabalhador-empresa já não é mais que uma miragem do passado. Hoje, no Mundo competitivo, é essencial saber-se sempre tudo o que os outros sabem, e mais alguma coisa. É essencial nunca parar, nunca descansar, caso contrário alguém estará logo atrás de nós para ocupar a nossa posição. Se alguém faz algo radicalmente novo na nossa área de conhecimento, temos de imitá-lo, e a seguir superá-lo.

O Mundo do entretenimento, e o Westling em particular, viram estes efeitos, que se acentuaram durante dezenas de anos, a acontecer em muito pouco tempo. Nos anos 80, trabalhar-se para Vince McMahon Jr. era ser-se literalmente uma estrela de Rock, com todos os excessos que isso implicava. Mas o trabalho era certo e seguro, caso se preenchessem os cânones mentais do patrão da então WWF. É brutal a diferença física entre antigos wrestlers da WWF e da NWA, por exemplo. E as Monday Night Wars apenas precipitaram e fizeram descambar aquilo que era inevitável. Mesmo sendo o padrão de wrestler, grande, musculado, dominador, a necessidade constante de ter audiências e vender Pay Per Views fizeram com que já nem isso bastasse para alguém ter o seu emprego seguro. O fim deste período da história do Wrestling deixou muitas marcas, e muito ainda não mudou, nomeadamente a necessidade de oferecer sempre mais ao público, nunca deixando cair o estereótipo do lutador americano.

Mas então algo aconteceu. A geração que havia sido vedeta nos anos 80, e mesmo 90, chegava e passava dos 40 anos de idade. Uns após outros, foram-se conhecendo casos de morte por doenças coronárias, vasculares, ou com causas desconhecidos. A ligação com os excessos cometidos no passado nunca foi tão clara como quando o crismático Eddie Guerrero faleceu. Eddie admitiu ter um longo historial de abuso de álcool e drogas, e acima de tudo consumo de analgésicos. Para conseguirem aguentar o ritmo frenético e a pressão de necessitarem constantemente que superar a concorrência e lutar pelo seu lugar, muitos colegas de profissão de Eddie consomem analgésicos numa base diária. A história de Eddie enterneceu quase todos os fãs da modalidade. Afinal, parecia que era por nós que Eddie tinha morrido, ao esforçar-se para nos dar um espectáculo cada vez melhor. A comunidade do Wrestling, porém, rapidamente se voltou contra Vince McMahon, pelo que exige dos seus atletas, e por manter um padrão insustentável daquilo que o corpo de um lutador deve ser. É melhor culpar outra pessoa do que viver a culpa dentro de nós.
Mais recentemente, o também carismático Chris Benoit alegadamente assassinou a sua esposa e filho de 7 anos, antes de cometer suicídio. Na sua casa, foi encontrada uma remessa substancial de esteróides anabolizantes, e de novo a culpa foi atribuída ao mesmo de sempre: Vince McMahon. Vários antigos lutadores, rejeitados pelo negócio e porventura cansados de verem amigo após amigo morrer, vieram criticar a WWE pelos seus padrões, pelo que é a vida na estrada, sem tempo para a família, e pela violência de um horário de trabalho louco. Disse-se também que a WWE não tem uma política de controlo de consumo de drogas eficaz. Disse-se ainda que Vince não se interessa pelos seus lutadores, a partir do momento em que não lhe dão lucro. Estava encontrada uma explicação consensual. A culpa é do sistema, entendendo-se Vince a WWE como sistema.
Lentamente, alguns nomes vieram ao terreno combater esta tese, e defender a empresa. Alguns lutadores como Chris Jericho, Lance Storm, e até o próprio Bret Hart, vieram chamar a atenção para o facto de não se ser impossível triunfar na WWE sendo relativamente pequeno, como eles mesmos são exemplo. Claro que isto caiu totalmente por terra quando se soube que até Rey Mysterio era cliente do mesmo médico de Benoit, e mais recentemente ao ser divulgada uma lista com 20 nomes ligados à WWE que eram clientes de uma farmácia online, Signature Pharmacy, onde haviam adquirido esteróides, e dessa lista até Funaki fazia parte. O mais perturbador é que um nome envolvido na referido lista era o de Eddie Guerrero. Alegadamente, Eddie teria adquirido esteróides pouco antes da data da sua morte. É assustador pensar, caso seja verdade e se tivesse sabido à data, se de facto Eddie teria sido alvo da mesma simpatia por parte dos fãs.

De tudo isto, é seguro acreditar que os padrões quanto ao que um wrestler masculino deve ser, assim como os horários e as viagens constantes, são fortes factores que influenciam as decisões pessoais dos profissionais da WWE em usarem substâncias ilícitas (e quem sabe se da TNA e das Indys, porque não vamos ser hipócritas e achar que o problema morre em Stamford, Connecticut). Não me parece que a pressão desapareça só por existirem lutadores de tamanho menor que ganham títulos, ou por alguns conseguirem lidar bem com ela. As regras têm de se fazer para o trabalhador médio, não para a o excepcional, e hoje em dia só alguém excepcional consegue sobreviver no negócio do Wrestling. Mas também não me parece que seja justo diabolizar Vince McMahon. Quando Benoit se sentiu como quer que se tenha sentido, e ainda que de facto tenha sido pressionado pela sua carreira, ele tinha a hipótese de desistir. Vince não aponta uma arma à cabeça de ninguém para entrar no ringue, e hoje os lutadores estão bem informados daquilo em que se estão a envolver, e das possíveis consequências. Nem sequer é inteiramente verdadeiro o argumento que um lutador se sente coagido a manter o ritmo da WWE devido ao dinheiro e prestígio. Há muitas outras carreiras, ligadas quer ao desporto, quer ao cinema, para as quais um lutador está muito bem preparado, e nas quais não tem os mesmos inconvenientes. Há também outras federações com esquemas laborais bem mais flexíveis. Podem não ser o topo de carreira, no que toca a colocar a sua vida em risco, deverá esse ser um critério tão importante?

Acredito que a razão que leva alguém a auto-destruir-se para triunfar, sendo isso uma contradição, é ainda desconhecido. No entanto, a contemporânea falta de sonhos e de absolutos éticos pode ser parte da resposta. Se nada tem verdadeiro valor em relação a coisa nenhuma, então em vez de se perseguir um determinado objectivo, tenta-se meramente medir os nossos sucessos em função do que os outros possuem. Se alguém inova, fazendo algo claramente nocivo, por certo todos vão imitar. O consumo socialmente aceite de álcool e drogas é um exemplo “civil” disto mesmo. No Wrestling, é isto que se passa com o consumo de esteróides. Se alguém o faz, imediatamente a pressão social instala-se para que todos o façam. Afinal, quem não o fizer está em desvantagem em relação aos outros, está um passo mais longe da nova norma, do novo corpo perfeito.

Mas em algum momento das nossas vidas, todos precisamos de fazer uma escolha. Ou mantemos os hábitos imaturos que acabam por nos magoar, o que equivale a perder a vida, ou crescemos para alguém livre, que toma verdadeiramente conta das rédeas do seu destino. Essa é a escolha entre optar-se pela falácia do carpe diem, pelo modelo infantil de “sexo, drogas e rock n’ roll”, e tudo o que vem por acréscimo, ou decidir em cada momento aquilo que nos garante uma maior felicidade no decurso das nossas vidas. Infelizmente, a maior parte dos Wrestlers perdem-se na primeira vida. São ajudados a isso por Vince McMahon e pela indústria em geral, mas a responsabilidade não deixa de ser sua. Sem sabermos qual das vias escolhe cada um, está difícil ter-se heróis no Wrestling. Por muito que tentemos, não podemos saber quem é merecedor da nossa fé. E em alguns casos tentamos adivinhar, e erramos completamente, e repetidamente. E esse foi o caso de Kurt Angle, sobre o qual me debruçarei na próxima semana.

Contra-corrente: "Spoiling the spoilers"

Publicado por Ricardo em 13 de setembro de 2007 às 11:42 da tarde.

Estreio hoje o meu regresso ao blog, numa participação que, espero, manter-se-á todas as quintas-feiras. Pretendo que este seja um espaço de interligação do Wrestling a um contexto mais vasto, partindo de questões e princípios gerais e aplicando-os a casos concretos deste desporto tão único. Como o próprio nome indica, pretendo também que este seja um lugar de contraditório, portanto todos os comentários são bem vindos.


O Wrestling é um desporto, mas é também uma forma de entretenimento, com determinadas características que o tornam único. Uma dessas características é a militância e o fervor com que os fãs sentem o espectáculo. Um fã de Wrestling não se limita a sentar-se e assistir. Ele precisa de tomar alguma parte activa. Em crianças, simulam-se combates com os amigos, e brinca-se com as figuras que as federações, de forma muito inteligente, comercializam. Na idade adulta, existe a Internet. E não é à toa que a explosão do Wrestling ocorreu em paralelo ao advento da Internet.

A velocidade vertiginosa da informação pelas vias da Internet não deixa muito espaço para respirar a ninguém: nem às fontes dessa informação, nem a nós, seus consumidores. Num Mundo onde as fronteiras entre o público e o privado se diluem, é cada vez mais entendido que a informação total, que a verdade sem reservas, é um direito inalienável. Tal acontece em todos os domínios da Vida, e o entretenimento não é excepção. No entretenimento que é o Wrestling a tal militância activa dos espectadores conduz a que estes se agrupem em blogs, ou, no caso dos EUA, em sítios de acesso restrito, com lugar a notícias provenientes do seio das federações que são postas a circular e se expandem. Qualquer história planeada para uma telenovela tem apenas alguma probabilidade de surgir nas revistas antes de tempo, mas no Wrestling é quase certo que estará em todas as páginas da especialidade quando ainda nem passa de uma ideia. É o envolvimento, a identificação de quem escreve essas páginas que fazem com que queiram reportar algo entusiasmante, partilhá-lo com quem partilha a sua paixão. E existe também a competição entre sítios de informação, que leva os seus responsáveis a querem tornarem-se de certa forma também “Superstars” do Mundo do Wrestling por fornecerem em primeira mão informações que mais ninguém tem.

Assim, é difícil para uma grande organização como a WWE manter alguma história ou algum plano secreto por muito tempo. Tal facto retira o factor surpresa aos acontecimentos de um programa, sobretudo sendo ao vivo, como o caso do Raw. Nos tempos da malograda WCW, a capacidade de surpreender o público decidia quem ganhava nas audiências dessa noite, e esse tipo de pensamento ainda está bem arraigado nas mentes dos escritores da companhia. Isto apesar de, para os fãs, neste momento, ser mais importante ver uma história que adivinham a ser bem executada no ecrã, como por exemplo o regresso dos D-X, do que terem uma surpresa desagradável, como por exemplo o anúncio de Hornswoggle como filho ilegítimo de Vince McMahon.


Hornswoggle é um resquício da já esquecida divisão “júnior” da WWE. Foi introduzido como personagem cómica, e acabou por ser um bom complemento à personalidade irlandesa de Durão de Dave Finlay. Acabou por se tornar campeão Cruiserwheight, para desgosto dos puristas da categoria de peso, e foi agora anunciado como o filho bastardo do patrão da WWE. Se a atribuição do título parece errada, mas não incompreensível, dadas as circunstâncias em que aconteceu, a verdade é que o culminar da história com Vince McMahon na passada segunda-feira foi considerado prova da decadência da companhia, por entre muitos outros escândalos. Mas será que podemos mesmo culpar a WWE por tudo?

A resposta é mais que claramente não, por duas razões, uma mais importante que outra. Em primeiro lugar, durante meses, ninguém se coibiu de gritar aos sete ventos que o anunciado filho ilegítimo de Vince seria Mr. Kennedy. Esta seria uma forma de o elevar ao estatuto de Main Eventer, e provavelmente envolvê-lo de alguma maneira numa feud com HHH e toda a família McMahon. O problema é que esta intenção estava tão claramente documentada, que não surpreenderia ninguém. Só que para a WWE, surpresa implica audiências. e de facto a audiência neste Raw foi elevada, fruto do anúncio na semana anterior que Kennedy não seria o filho ilegítimo. Assim, ninguém pode contestar a sua estratégia. E, para além disso, quem é capaz de garantir que Hornswoggle é o final da história? Quem nos diz que Hornswoggle não é apenas uma distracção intermédia, para ganhar tempo até ao anúncio do verdadeiro filho bastardo? E isso leva-me ao segundo ponto, que é bem mais importante.


Foram anunciados publicamente, há mais de uma semana, dez vedetas da WWE, que alegadamente são clientes de uma farmácia na Internet, onde adquiriram esteróides anabolizantes. Mike Bucci, mais conhecido por Simon Dean, foi despedido, e outros nove foram suspensos, como por exemplo William Regal, Chavo Guerrero, e... Mr. Kennedy. Kennedy anunciou publicamente com toda a seriedade que a política de despistagem de drogas da WWE tinha-o feito parar com o seu consumo. Sabes-se agora que mentiu. Kennedy é primeiramente vítima de si mesmo. Ao participar neste escândalo, deixou um vazio no lugar que lhe tinha sido feio à medida: Kennedy era o tal “Main Eventer” preparado para acontecer, tinha o nome do meio de Vince como seu apelido, e era de Green Bay, onde o Raw do grande anúncio decorreria. Mais nenhuma vedeta da WWE poderia preencher este lugar, e é aí que entra o ridículo: Hornswoggle. Pensando assim, até foi uma boa solução, pois introduziu um climax cómico numa história que, por culpa do seu protagonista, poderia ter ficado irremediavelmente estragada. A meio do caminho, a WWE fez aquilo que se faz numa boa anedota: de uma preparação séria, saiu um resultado final absurdo.

Resumindo, a WWE tem os seus defeitos. Este caso está intimamente ligado ao problema das drogas no Wrestling, que discutirei na próxima semana. Mas o facto é que naquilo que decorre no seio da empresa, a responsabilidade tem de ser, no mínimo, partilhada. Partilhada pela própria WWE, partilhada pelos lutadores, partilhada pelos “jornalistas” da especialidade, e partilhada por nós, os fãs, porque em última análise a WWE dá-nos o que nós queremos ver. E falando a verdade, a apresentação de Hornswoggle como filho de Vince não foi engraçada?

Hornswoggle campeão e filho ilegítimo de McMahon

Publicado por Rafael "R.L.@" Arrais em 11 de setembro de 2007 às 9:03 da manhã.


22 de Julho – Great American Bash. Mais uma vez, à última da hora, postam no WWE.com que foi marcado um Open Challenge pelo Cruiserweight Championship. Desta feita, os oponentes do campeão Chavo Guerrero eram Shannon Moore, Jamie Noble, Funaki e Jimmy Wang Yang. Então, eu pensei: "Exacto. Assim como o Chavo tramou o Rey, por um título, exactamente no Great American Bash, mas no ano passado, este ano é o contrário". E porque não? Era uma boa jogada, porque falava-se em reatamento da feud Chavo/Rey.

Esperava que o Rey tramasse o Chavo, ficando o Noble a campeão e o Yang como Contender. Dia 23 de Julho, segunda-feira, acordo e, depois de entrar na Wikipedia, reparo que o novo campeão de Cruiserweights era… o Hornswoggle?! O quê? Esfreguei os olhos e, afinal, não era do sono: era mesmo real. O duende, acompanhante do Finlay, vencera o título!

Fiquei, claro, chocado. Aliás, quem foi a alma que não ficou? E isto leva a memória críticas encabeçadas à WWE por fóruns e tudo mais: o Cruiserweight Championship estava cada vez mais enterrado. Já não bastava a sucessiva troca de campeões, há dois anos, mais o reinado de 385 dias de Gregory Helms, e ainda tinham de dar o título ao anão? Aqui viu-se, mais uma vez e mais explícito ainda, que a WWE ignora por completo este título.

No entanto, aqui há uns tempos, Jamie Noble assumiu a pasta da divisão de meios-pesados. Talvez seja por isso que, neste momento, uma feud – se bem que algo confusa – pelo título. E talvez por isso que, no Great American Bash, o pinnado foi ele, para ter alguns motivos para ir atrás do título.

Não se compreende esta atitude por parte da WWE: com gente credível para ser campeã, até mesmo na Raw, ECW, FCW ou OVW, dão o título ao Hornswoggle. Para mim, é uma falta de respeito para quem trabalha no duro – ou até não… – para ter algum sucesso e que não vê nada. Mas o importante é que, tal como a WWE quer, o Noble foi contratado para pôr a divisão mais alegre, mais divertida, mais entretida. E é exactamente e só isso que eles querem: entretenimento.

Daqui para a frente, espero sinceramente que algo mude nesta divisão. Mais tarde ou mais cedo, o reinado do Hornswoggle terminará – quiçá e muito provavelmente para o Jamie Noble. Espero, ainda, que o Super Crazy volte para onde não deveria ter saído. Com isto e com o Noble à frente da divisão – não só no booking, como no ringue –, espero que este título volte a ter a atenção que já teve, e que volte a haver aqueles combates que estamos/estávamos acostumados a ver. Aguardemos, então.

Crónica enviada por Hugo Lira, MDR* no Fórum Luso Wrestling



Como se já não bastasse o campeonato Cruiserweight na posse de Hornswoggle, foi ontem anunciado que o anão é o filho ilegítimo de Vince McMahon. Uma storyline que aparentemente serviria para dar um enorme push a um wrestler, que até então acreditava-se ser Mr. Kennedy, é totalmente desperdiçada com um mero ajudante de Finlay. É caso para perguntar, estamos na presença de um futuro campeão mundial? Pelo andar da WWE, esse será o nosso futuro...

No Surrender - Previsão

Publicado por Rafael "R.L.@" Arrais em 9 de setembro de 2007 às 1:11 da tarde.


Realiza-se esta noite o Pay-Per-View de Setembro da TNA, No Surrender. Será o último evento antes do grande PPV do ano para a federação de Dixie Carter, o Bound For Glory, realizado em Duluth, GA. O No Surrender deste ano promete ser um bom Pay-Per-View, não só com potenciais bons combates, como também com inicios de rivalidade que poderão acabar com um combate no maior palco do ano, a WrestleMania da TNA, Bound for Glory.

A edição de 2007 do No Surrender poderia ser qualificada com apenas um nome. Kurt Angle. Angle é neste momento o grande nome da TNA. Toda a federação parece girar a volta dele, todas as atenções estão nele centradas, todos os títulos estão com o campeão olímpico. Kurt Angle defenderá os seus 3 títulos esta noite, em combates distintos, onde certamente poderemos ter mudanças de títulos, o que adiciona ao PPV uma certa pitada de imprevisibilidade.

Gauntlet de 10 equipas em que a equipa vencedora terá um Title Shot no Bound for Glory
VKM vs. LAX vs. Team 3D vs. Motor City Machine Guns vs. Triple X vs. AJ Styles e Tomko vs. Sonjay Dutt e Petey Williams vs. Raven e Havoc vs. Eric Young e Shark Boy vs. Lance Hoyt e Jimmy Rave

Este combate deverá ser o combate que irá abrir o No Surrender deste ano. Temos 10 equipas nestes Gauntlet, em que a vencedora irá ter a oportunidade de combater contra os campeões de Tag Team no Bound For Glory (esperemos que não seja a equipa de Ron Killings e "Pacman" Jones...). Olhando para o grande número de Tag Teams neste combate, podemos logo descartar algumas que de certeza só estão aqui para "encher". Sonjay Dutt e Petey Williams é a primeira. Eu acompanho a TNA há vários anos, e que me lembre, nunca vi nada que ligasse estes dois wrestlers. Tiveram uma pequena rivalidade no World X Cup de alguns anos atrás, mas desde lá, nunca voltaram a combater nem tão pouco terem uma feud juntos... Eric Young e Shark Boy. Dois adorados do público de Orlando, que certamente serão dos primeiros a ser eliminados. Novamente dois wrestlers que não têm história juntos, mas pelo menos estes têm algo em comum, a "adoração" dos fãs. Havok e Raven. É excelente ler notícias que dão conta que Raven está de novo em forma e pronto para ser usado pela TNA, assim que o iMPACT! tiver 2 horas, mas de certo que Raven não será usado na continuação do angle dos Serotonion nem tão pouco na divisão de Tag Team.

Excluidas as equipas menos favoritas, ficamos agora com opções mais válidas para vencer o combate. Os VKM e os Team 3D são excelentes Tag Teams, mas penso que deverão ficar afastadas do combate pelo título no Bound For Glory. A situação dos 3D é algo estranha, sinceramente não sei se são actualmente Heels ou Faces... Já os VKM, desviaram-se da linha de luta do título, portanto, logicamente ficariam afastados do grande combate do ano. AJ Styles e Tomko são possibilidades para a vitória, mas ainda algo remotas. Ambos têm agradado muito na sua prestação ao lado de Christian Cage, e deverão ficar ao lado do lider no Bound For Glory, seja contra que adversário for. Sobra-nos duas equipas favoritas a meu ver a vencer o combate. Triple X e Motor City Machine Guns. Qualquer uma das duas daria um excelente combate e potenciais candidatos a vitória no combate no Bound For Glory. Tendo que escolher uma para a vitória, escolheria os Motor City Machine Guns. A meu ver, podem ter um longo reinado pelo título, e inclusive ter uma feud contra os Triple X pelos títulos, depois do Bound For Glory.


Exclui propositadamente uma equipa do combate, Lance Hoyt e Jimmy Rave. A meu ver, irão ser eliminados do combate, não sendo favoritos de modo nenhum à vitória, contudo, Rave é uma nova contratação na TNA e merece destaque adicional. Jimmy Rave é um excelente wrestler de 24 anos, nascido em Atlanta, Georgia. Rave pode ser um total desconhecido para a maioria dos leitores do Blog, mas para aqueles que acompanham o circuito Indy dos Estados Unidos, Rave é um lutador mais do que conhecido. Rave fez um grande sucesso na Ring of Honor, muito graças a uma das Stables mais marcantes da história da ROH, Embassy. Jimmy Rave já combateu na TNA, tendo o seu primeiro combate pela empresa de Orlando em 2002 e o último em 2004. Contudo, Rave passou despercebido durante a sua estadia na TNA, realizando apenas cerca de meia duzia de combates. Jimmy Rave tem mais do que potencial para fazer e ganhar tudo na TNA. Já provou que pode ser um excelente combatente em combates por equipas, é ágil e rápido, podendo ser utilizado na X Division, e com tempo e bem pushado pode chegar ao escalão mais alto da TNA, visto que tem técnica e carisma mais do que suficientes. Jimmy Rave pode ser a grande contratação do ano por parte da TNA, resta saber se a equipa criativa de Vince Russo vai saber usa-lo devidamente.


No Desqualification
Chris Harris vs. Black Reign


Uma rivalidade contribuída muito rapidamente nos iMPACT!s, na sua maioria através de vídeos que levou a um combate entre ambos no PPV anterior. Na altura do primeiro combate entre ambos, Harris vinha de um pequeno push, devido a ter participado no Main Event do Slammiversary, com o título principal em jogo. Cheguei a pensar que poderia ser o começo de uma possível title shot num combate de singulares contra o campeão, mas isso não veio a acontecer e provavelmente não acontecerá com ninguém que venha de "baixo", enquanto a TNA continuar a fazer contratações que não passam de jogadas de marketing. Black Reign provavelmente vencerá este combate, fazendo uso da sua "arma" especial, e aproveitando a estipulação do combate. Não espero grande história nem grande tempo de antena para este combate.


Combate de Singulares
Kazarian vs. Robert Roode w/Ms. Brooks

Roode é mais um afectado do sistema de contratações da TNA, e da forma como esta trata o roster. Em situações normais, em uma federação com um booking normal, Roode já teria tido pelo menos uma oportunidade pelo título principal, elevando o seu nome e combatendo contra outros upper-midcarders. Infelizmente, enquanto a TNA continuar a dar atenção apenas às recem contratadas estrelas, o resto do roster fica estagnado, o que acontece com Roode. A falta de um campeão a sério para a X-Division faz com que wrestlers como Kazarian fiquem livres, e disponíveis desta forma para combates como este. Espero que este seja o último combate entre ambos, com a vitória a pertencer a Roode.


Combate de Singulares
Rhino vs. James Storm


Tal como observado pelo jtbTNT no fórum Luso Wrestling, este deveria ser um combate com uma estipulação que remetesse para o Hardcore. Estes dois wrestlers têm tido uma feud que está a ser bastante bem construída, uma rivalidade com um propósito, com uma história lógica e com sentido por trás. Penso que a equipa criativa da TNA está a guardar os cartuchos desta rivalidade para o grande Pay-Per-View do ano, o Bound for Glory, e a meu ver faz bem em fazê-lo. É difícil apostar num vencedor aqui, mas acho que Rhino é a aposta mais sensata, de forma a dar continuidade à feud.


Combate de Singulares
Samoa Joe vs. Christian Cage

Samoa Joe de certo não está muito contente com a sua situação actual na TNA. Penso que com a marcação deste combate, Joe fica afastado do Main Event do Bound For Glory. Christian Cage continua a sua caminhada na TNA em direcção ao campeonato do mundo, que penso que ainda poderá conquistar até o final do ano. Este combate não foi muito bem montado por parte da TNA. É certo que têm pouco tempo semanal para feuds do undercard, mas com Angle envolvido em todos os combates pelo título, era de esperar mais importância para o resto do card nos iMPACT!s. Infelizmente, esse tempo perdeu-se com a Mrs. Angle e com outras coisas acessórias à tudo que envolve Angle. Uma grande coisa está em disputa aqui. A invencibilidade de Christian Cage em combates de singulares na TNA e alguma invencibilidade que Samoa Joe ainda goza. É certo que Christian já derrotou Samoa Joe no Main Event do Destination X pelo título mundial, mas uma re-edição deste combate poderia ter tido mais e melhor preparação por parte da TNA. Apesar de tudo, este pode ser o grande combate da noite. Apostar num vencedor é algo difícil, justamente pelo que está em jogo, mas vou ter que apostar na vitória de Christian (talvez por interferência), mantendo a sua invencibilidade, e na falta de melhor para ambos, um potencial combate no Bound for Glory.


TNA X Division Championship Match
Kurt Angle (c) vs. Jay Lethal


Lethal perdeu o seu título para Samoa Joe logo após o ter conquistado no Slammiversary, de forma a dar continuidade a feud Angle - Joe. Este é certamente o combate com maior probabilidade de mudança de titulo de todo o PPV. É impensável para mim Angle continuar a sustentar todos os títulos da TNA. Há outros wrestlers no roster que estão sedentos por ouro. É também impensável termos um Bound for Glory sem o título da X Division ser defendido. É também o título mais dispensável para Angle neste momento. Todos esses factores levam-me a a crer que a vitória será de Jay Lethal. Espero que saia daqui um bom combate, com Angle a ser levado ao limite por Lethal, através de manobras aéreas.


TNA Tag Team Championship Match
Kurt Angle e Sting (c's) vs. Ron Killings e "Pacman" Jones

Adversários de puro marketing, que servem muito bem para o que penso que vai acontecer esta noite. Na minha opinião, o Main Event do Bound For Glory será um combate entre Angle e Sting pelo título Mundial. Faria sentido que ambos fossem campeões de Tag Team nessa altura, e penso que a escolha de Sting para ocupar este lugar não foi um mero acaso. Também não vejo, sinceramente, um jogador de Futebol Americano, recem chegado ao wrestling, com um título. Isso seria completamente absurdo e humilhante para o resto do roster.


TNA World Heavyweight Championship Match
Kurt Angle (c) vs. Abyss



Abyss mostra cada vez mais que é um excelente trabalhador. Abyss ocupa com perfeição o seu lugar de "monstro" dentro da TNA. Saído de uma excelente feud com Sting, onde separa-se do seu manager, James Mitchell, Abyss tem uma função que aprecio muito. É tanto capaz de ser Main Eventer, e combater pelo título mundial, como é capaz de voltar ao midcard combatendo em combates sem nenhum titulo em jogo. Wrestlers como Abysss são precisos em todas as federações. Neste combate, que acredito que seja o último, veremos um Kurt Angle muito desgastado dos combates anteriores, contudo, acredito que Angle seja capaz de vencer este combate, a custa de uma interferência por parte de Mitchell e o seu novo monstro, o que levará a um combate entre monstros, com uma qualquer estipulação, para o Bound for Glory.

Analisado todo o card, podemos notar que teremos alguns bons combates e algumas surpresas, apesar do booking por vezes confuso por parte da equipa de Vince Russo. Poderemos ver algumas mudanças de titulo e teremos uma grande surpresa anunciada por parte da TNA, que poderá ser o tão aguardado aumento de duração do iMPACT!. Um Pay-Per-View a não perder.

Bom dia

Publicado por Ricardo "Jay Lethal" Loja em 8 de setembro de 2007 às 12:39 da tarde.

Sempre que escrevo num qualquer forum de wrestling sobre qualquer assunto relacionado com indys (mais notoriamente ROH e de vez em vez IWA-MS) tem origem um fenómeno de interesse. Entro no meu messenger e tenho um contacto novo que rapidamente se apresenta e me diz algo nas linhas de "quero propor-te uma coisa (...) não queres escrever no meu blog sobre ROH?". De vez em quando respondo que não, outras digo que sim, mas que não prometo regularidade nos posts, acabando por nunca escrever nada nos cerca de 10 blogs com que me comprometi.

No entanto, com a idade, aprendemos que os compromissos são algo importante e que os convém cumprir. este é um dos blogs com que cheguei a acordo para falar sobre as indys americanas, e um blog pelos cujos responsáveis um grande respeito eu tenho e que está ligado a um grande fórum cheio de pessoas de grande qualidade humana.
Então por isso, decidi que esta será a minha casa de escrita e como resolução de ano novo tomei que escreverei aqui semanalmente. outra objectivo para este ano é não ser despedido deste cargo. se quiserem saber quais as minhas outras resoluções de ano novo consultem o blog do meu myspace: www.myspace.com/adoravelrui.

Falando agora de wrestling, há muito tempo que perdi o interesse pelas ligas maiores, e apenas graças às boas gentes do XWT e do PWT vou continuando a visualizar alguns encontros, seguindo duas promoções de perto: Ring of Honor e IWA Mid South.

Gosto de ver as coisas por ordem, por isso, depois de United We Stand só volto a ver ROH quando surgir o PPV em finais de Setembro. não falarei mais de ROH neste post.

No que toca a IWA-MS, os últimos eventos têm sido de qualidade, Jim Fennin nos comentários é hilariante e o facto de Nate Webb se ter tornado regular dá um interesse acrescido aos shows. assim, desde o Gory Days 3, vimos Chuck Taylor e Nate Webb a lutar dentro de um autocarro, Tracy Smothers e defrontar a lenda Ricky Morton, um Winner Takes All de grande qualidade entre Low Ki, Chuck Taylor e Brandon Thomaselli que acabou em polémica, um jogo de voleibol, o Devon Moore a fazer um SSP do topo do autocarro onde Chuckie T e Nate Webb antes haviam brigado... em resumo, andam-se a fazer shows divertidos, embora o anuncio da retira do dono e promotor, Ian Rotten, torne também estes shows até Dezembro de alguma tristeza.

No departamento de "não julgues pelo o que os outros dizem, vê antes de tomares opinião" vi o mais recente show da CZW, e só posso dizer que não desiludiu. Vi pela segunda vez um senhor chamado Frasier que me impressionou bastante da primeira vez e que agora voltou a mostrar qualidade perante um Ricochet que dá sempre um bom espectáculo. uns squashes giros, um Danny Havoc vs Dustin Lee absolutamente doentio, quando é para se ir para o hardcore estes dois são dos meus preferidos! Além de completamente insanos, são leves e voam, o que lhes permite mais margem de manobra que os grandes e gordos que só levam com porrada, um ladder match divertido entre Vortekz e Clowdy (outros dois que são levezinhos), Chuck Taylor a aterrorizar uma criança na primeira fila, Homicide a lutar pelo titulo no que acabou como um grande angle para hypar uma feud entre Rottweilers (Homicide e Reyes) e Blk Out, um main event doentio em que Drake Younger prova mais uma vez que é o futuro do hardcore (eu sei que é feio repetir adjectivos, mas é dificil encontrar outra palavra que não doentio para caracterizar o que aqui se passou) num combate de malucos com Brain Damage com mesas, vidros e outros brinquedos.

Tentei despachar o que achei fundamental para agora me debruçar em PWG. a Pro-Wrestling Guerrila é uma promoção onde impera a comédia, tendo como figuras desde à algum tempo pessoas como Joey Ryan, Chris Bosh, Scott Lost, Human Tornado, El Generico, Kevin Steen... pessoas com um sentido de humor extremamente apurado. Anualmente, são organizados 2 eventos especiais, o Battle of Los Angeles, um torneio com os melhores, e um outro fim-de-semana em que também lá estão os melhores, o All Star Weekend. pois bem, o All Star Weekend 5 (pelo menos a primeira noite) é candidato a show do ano.

Não houve um unico mau combate, pelo contrário, penso que foram todos acima da média! Aliás, quando Roderick Strong vs Rocky Romero é o segundo combate da noite, outra coisa não é propriamente de esperar... mas neste caso, toda a gente deu tudo, acima do que dá normalmente para fazer deste um evento memorável. Um dos highlights do show foi a nova acompanhante de Human Tornado, Tornado é agora um heel (surpreendentemente para mim) e entende esse papel na perfeição, tem com ele uma rapariga que usa como nome algo como Candice Loree, e que é simplesmente fenomenal! Candice não fala muito, tem medo de Tornado, usa calças justas que dão vontade de abusar dela, Tornado usa-a para vencer combates. põe-se atrás dela para não ser atacado... e depois atira-a de cara contra o poste, levando a que o oponente (neste caso, Claudio Castagnoli) fique pasmado, levanta a rapariga e atira-a para fora do ringue para cima do adversário, dá-lhe chapadas na cara violentíssimas... a miúda toma bumps brutais, quero mais! Também neste show, Jack Evans desafia a morte contra Kevin Steen, Kikutaro vs Matt Classic (substituto para Colt Cabana que falhou o avião) num bom comedy match, um 8 man tag team entre a Dinasty e a PWG Unit com boa acção e comédia (ao estilo PWG), de destacar, quando o árbitro faz um sun-set flip sobre Joey Ryan para um elemento da outra equipa contar até a 3, o árbitro festeja e o público celebra a vitórias, logo depois Ryan aborda o árbitro e leva com um hip toss deste... mais tarde no combate, o árbitro tropeça num dos participantes que leva à reacção de Joey Ryan "That's Karma!", nos comentários fala-se de uma série piloto que passa agora na NBC sobre um árbitro de wrestling trapalhão e cujo o nome seria "My name is Lewis" (provavelmente não Lewis, mas esqueci-me do nome do árbitro), comédia de qualidade, Low Ki estreia-se com uma vitória sobre Davey Richards, dois homens que dão pontapés fortes, mas que neste combate, mais do que isso, conseguem uma envolvencia de mat wrestling que permitiu valorizar mais os momentos de chapadas e pontapés, Davey Richards faz o papel de heel na perfeição.

Bastava isso para fazer um bom show, mas neste houve ainda dois rebuçados...

  • Primeiro: Alex Shelley. sou um grande fã de Shelley já à muito tempo, qualquer pessoa vê que é um individuo com enorme potencial ao que alia o facto de ser naturalmente carismático. mas sempre pensei que faltam a Alex Shelley combates decisivos, combates que marcam uma carreira, grandes combates, até aqui contava-lhe dois - um steel cage na IWA-MS com Jimmy Jacobs e o combate pelo ROH Title com Bryan Danielson no Arena Warfare, com alguma boa vontade, podemos falar também do Shelley vs Aries também pelo ROH title. Aqui, Shelley deu um combate soberbo contra um japonês de nome Hayashi (minha primeira vez a vê-lo), velocidade, técnica, contra-ataques... aquele tipo de wrestling que faz acreditar que estamos a ver um combate mais do que dois gajos a dançar, e em que os dois foram aos limites para um combate relativamente longo. como fã do Shelley fiquei contentíssimo com este seu combate (e agora que se rumura que possa estar de saida da TNA era óptimo voltar a vê-lo com regularidade na ROH) e ele seria o grande ponto deste show, mas...
  • O Main Event do show foi pelo PWG title. À partida. À partida é uma decisão para mostrar a marca da companhia, sim, pode trazer alguns gajos porreiros de fora e dar bons combates, mas o que interessa é o título e os nossos gajos, é com esses que crescemos, e mesmo que não consigam tão bons combates como as estrelas trazidas para o fim-de-semana, são eles o nosso main event. só que este El Generico (campeão) vs Pac (inglês que se mostrou ao mundo na 1PW e à América vs PWG) acabou por ser de longe o combate do show, candidato a combate do ano, à muito que não me lembrava de saltar tanto da cadeira, Pac trouxe o seu melhor jogo e fez o combate da sua carreira, El Generico idem aspas e se é como diz Ian Rotten que 'o hardcore não tem nada a ver com lighttubes, arame farpado nem nada dessas coisas, tem a ver com dar-se tudo o que se tem quando se sobe ao ringue' então raios, estes dois são hardcore! tenho alguma 'pena' que ofusque o combate do Shelley, mas isto foi qualquer coisa de surreal... e é uma pena que combates como este fiquem no desconhecimento das pessoas não recebendo a publicidade devida, mas...uma resolução minha para estes posts é dar-vos todas as semanas um combate das indys, para quem não tem tráfego ou disponibilidade para as acompanhar ao pormenor, poder ir vendo qualquer coisa e por isso para a semana PWG - El Generico vs PAC estará à vossa disposição para download.

Por esta semana, oferece-vos o combate que sucedeu na ROH entre a All Star Team NOAH e a All Star Team ROH em Takeshi Morishima (campeão da ROH) e Naomichi Marufuji vs Nigel McGuinness e Bryan Danielson. Aqui está: http://www.megaupload.com/?d=CMQAR9AZ

Entrevista a Portia Perez

Publicado por Rafael "R.L.@" Arrais em 3 de setembro de 2007 às 9:12 da manhã.


O Luso Wrestling realizou uma entrevista a Portia Perez, uma promissora lutadora nascida em 1987 em Ottawa, Ontario, no Canadá. Começou o seu treinamento com Dave Dalton na UWA Battleground Academy, continuou a sua evolução nos EUA com nomes como Adam Cage, Matt Stryker, em Inglaterra com Mikey Whiplash e actualmente com Chris Hero na CHIKARA. Portia Perez já combateu no México, conseguindo conquistar o MEW Women's Championship, e ser introduzida na Canadian Pro Wrestling Hall of Fame.

Fã de 2Pac e Eminem, seus lutadores favoritos passam por Chris Jericho, Owen Hart, The British Bulldogs, Shawn Michaels, Tiger Mask I, Dean Malenko e James Mason. Luta com vários fatos mas sempre com o preto e rosa bem notados, sua beleza é notória mas não faz disso adversária fácil, recorrendo normalmente a manobras aéreas e a Chain Wrestling. Sua ambição é tornar-se a melhor possível.. o Luso Wrestling deseja que ela assim o consiga!

Luso Wrestling: Para as pessoas que não te conhecem como te descreverias como Wrestler?

Portia Perez: Eu gosto bastante de utilizar comédia e recentemente tenho recorrido a muitos pontapés e ataques de artes marciais. Não voo tanto como fazia inicialmente, mas ainda trabalho bastante em manobras aéreas nos meus combates. Acima de tudo tento garantir que meus combates sejam entretidos para todos.


LW: Desabrochas-te no Wrestling aos 16 anos. Quais as dificuldades que sentis-te em aranjar "bookings", sendo ainda uma jovem tão nova?

PP: Foi bastante dificil aranjar "Bookings" até fazer 18 anos, devido obviamente ao risco inerente a bookar uma menor e às poucas pessoas que não se importam de o fazer. Meu trabalho até ter 18 anos foi muito limitado, sendo que na realidade só comecei a trabalhar regularmente nos últimos anos.


LW: Ser uma mulher num negócio de homens, tornou-se uma dificuldade extra?

PWP: Dependendo de onde estás, pode ser muito difícil ser levada a sério como mulher. Algum do preconceito em relação ao Wrestling pode tornar-se muito frustante e difícil de suportar. Por outro lado, existem várias pessoas que têm trabalhado bastante para mudar alguns destes preconceitos, tendo existido progressos. Apesar de ainda existir obviamente um longo caminho a percorrer, estou bastante optimista com as coisas a dirigirem-se na direcção correcta, e tenho encontrado nestes progressos uma enorme inspiração para a minha carreira.


LW: Quais são teus sonhos e esperanças para a carreira de Wrestler?

PP: Minha maior esperança é apenas tornar-me melhor. Estou a trabalhar muito e tenciono continuar a fazê-lo, tornando-me melhor lutadora tal como melhor entertainer. É também um grande sonho meu algum dia no futuro lutar no Japão.


LW: Durante a tua carreira viajaste por todo o mundo, Estados Unidos, México, Irlanda, Inglaterra, França e estava programado viagem a Espanha a um campo de treinos que infelizmente tiveste de cancelar devido a lesão. Tens tempo livre para visitar as cidades onde vais, ou é um horário tão apertado que nem consegues distinguir um local do outro?

PP: Tenho visto pouco das cidades que tenho estado. Se existe algo especifico que faz sentido visitar quero visitar, tento ir visitar, mas na generalidade não tenho oportunidade de ver monumentos ou marcos das cidades, visitei um pouco em Londres e Dublin, mas apenas isso. Eu prefiro locais alternativos por isso não me arrependo de não ver as maiores atracções das cidades que visito.


LW: Até agora, qual é a tua cidade/país favorita das que estiveste e em que companhia gostaste mais de trabalhar?

PP: Eu gosto sinceramente de trabalhar nos Estados Unidos. Obviamente que existe bom e mau Wrestling tal como em qualquer outro local, mas na generalidade tende a ser o meu favorito. Também gosto sempre de ir a Inglaterra e Irlanda, tenho muitos bons amigos e oponentes lá, mas tenho de dizer que provavelmente Estados Unidos é o meu favorito. Tenho gostado de trabalhar em muitos das companhias onde passei e por diferentes motivos. Gostei mesmo muito de trabalhar em locais como a SHIMMER e Cleveland All Pro Wrestling, onde existe muito público, um grande balneário e deixam as mulheres mostrarem aquilo que realmente sabem fazer. O nível de talento neste tipo de promoções inspira-me a elevar-me a mim mesmo como Wrestler, por isso alguns dos meus melhores combates tal como as melhores experiências de aprendizagem foram aí.


LW: Actualmente estás no plantel da SHIMMER, a maior companhia de Wrestling Feminino na América do Norte, sendo que também passas muito tempo em Queens of Chaos, a maior produção de Wrestling feminino na Europa. Achas a maior dificuldade "chegar lá" ou "manter-te lá"?

PP: Eu não estou assim há tanto tempo para responder a esta questão da melhor forma. Chegar lá e ficar por lá são ambos desafios difíceis, mas são desafios que me permitem desenvolver, por isso apesar de muitas vezes sentir frustração são definitivamente bem vindas.


LW: Num combate recente contra MsChif lesionaste-te. É algo sério, quanto tempo de paragem está planeado?

PP: Parti um dos ossos da minha mão direita durante meu combate contra MsChif.
Estou de fora há já 6 semanas, e na próxima semana devo estar capaz recomeçar treinos,tenciono começar a trabalhar duas semanas depois disso, por isso serão umas 8 semanas de fora no total.


LW: Conheces alguma coisa sobre Portugal ou Wrestling em Portugal?

PP: Eu não ouvi falar muito de Wrestling em Portugal, mas espero que qualquer dia rume ai para descobrir mais sobre isso.


LW: Para acabar a entrevista, o que gostarias de dizer aos fãs Wrestling Portugueses?

PP: Obrigado por todo o suporte até agora na minha carreira, vejam o meu site para se manterem actualizados com todas as actividades de Portia Perez.