Blog Pro Wrestling Portugal: Vira o disco e toca o mesmo



Vira o disco e toca o mesmo

Saudações, fadistas da minha terra.

Depois de dois SummerSlams construídos em torno de aparições do lendário Hulk Hogan, em combates contra Shawn Michaels e Randy Orton, a WWE escolheu este ano concentrar-se nos wrestlers actuais e sobretudo naqueles que regressavam de lesões. Não que pudesse ter feito a coisa de outra forma, já que a ponte Hogan foi sendo queimada ao longo do ano. Terminado o evento e analisados os combates, qualquer idiota pode ver claramente que o SummerSlam deste ano ficou léguas aquém dos últimos dois. Mas vamos por partes, como dizia o grande Hannibal Lecter. Que é como quem diz “Vamos falar dos combates um a um”.

No curtain jerker da noite tivemos o Kane a vencer o Finlay. A acção foi boa, teve momentos engraçados com o Little Bastard, enfim, o combate cumpriu as suas funções. É claro que não chegaram a explicar a razão dos dois estarem à porrada, e eu nestas coisas sou como o Obélix, mas também não estava à espera que o fizessem.

A seguir houve a bela da triple threat, com o Umaga a manter o cinto intercontinental contra Kennedy e Carlito. Aqui terá sido porventura o primeiro erro da noite... eu entendo que não saibam ao certo o que fazer com o título, mas se era para o Umaga o aguentar então não teria feito mais sentido que o pin fosse feito ao Carlito? Quando se ouve constantemente falar que o Kennedy está destinado a grandes voos, e quando temos o Carlito numa espécie de limbo desde há muitos meses, não teria sido mais lógico que fosse este último a fazer o job? Enfim, adiante.

No primeiro regresso da noite, o Rey “Surfista Prateado” Mysterio derrotou o Chavo Guerrero, como aliás já toda a gente esperava. Acho que o público não reagiu ao Rey como seria de esperar, talvez por ser pessoal mais afecto à Raw. Não sei se será essa a explicação, mas explica os grilos que se ouviram mais tarde no main event da SmackDown. O combate propriamente dito foi interessante, tanto quanto pode ser um cujo final já é conhecido há muito, mas para mim a pintura do Rey dava-lhe um aspecto deveras estranho. A vontade era dar uns toques de lado no monitor para ajeitar as cores.

Seguidamente tivemos a Victoria 2.0 (Beth Phoenix) a vencer o battle royal e com isso conquistar o direito a combater com a Candice Michelle para o título... se até lá a WWE não se esquecer dela, claro está. Custa-me um pouco a perceber é como é possível estarmos na eventualidade de ter um feud para o título entre Candice e Beth Phoenix, quando para mim as únicas lá que são championship material são a Mickie James e sobretudo a Melina. Enfim, suponho que sempre sirva para variar um pouco, e assim guarda-se a renovação do feud entre Mickie e Melina para alturas da WrestleMania 24.

O MVP anda aparentemente com problemas de coração, por isso enquanto o moço recupera a WWE tem de arranjar maneiras de o manter no ecrã sem ser a combater. Desta vez foi com um beer drinking contest, que naturalmente justificou mais uma cameo do Stone Cold. O homem aparece, deixa o US champ estendido com um stunner, bebe umas cervejas e volta para casa com mais uns dólares no bolso. Nada de novo, portanto, mas é sempre bom rever o Austin.

A seguir foi a ver do John Morrison defender com sucesso o título da ECW contra o CM Punk. Outra vez. Nem sequer se deram ao trabalho de arranjar alguma estipulação catita para o combate... simplesmente foi a repetição do que já vimos várias vezes antes, tanto em PPVs como nas emissões normais da ECW. E escusado será dizer que o tempo de antena foi irrisório, mas também já se sabia que a ECW não é propriamente a primeira prioridade da WWE.

Triple H regressa (sem a barba ridícula) e vence King Booker. Surpreendente? Pois, eu também achei. Sou fã do Trips e gostei de o ver de volta e em boa forma, mas é difícil uma pessoa entusiasmar-se por aí além com combates que já se sabe perfeitamente como vão acabar. Do mal o menos, o Trips ainda não lançou nenhum CD de rap.

No main event da SmackDown, a surpresa da noite: o The Great Khali aguentou o título contra o Batista. Sinceramente teria apostado bem forte em como iam tirar o título ao homem, mas por uma vez a WWE tomou a decisão correcta. Este combate veio confirmar a minha tese em como o público no pavilhão estava lá essencialmente pela Raw, que aqui a única vez que o pessoal se manifestou (fora em pops esporádicos a power moves do Batista) foi com um cântico de “boring”. Eu sei que o Khali nunca há-de estar over com grande parte da assistência, que não o perdoa por não fazer 6-1-9s ou 450 splashes, mas a apatia do povo ainda torna a coisa pior. Também não gostei muito de ver o Khali a fazer constantemente massagens nos ombros do Batista, mas fora isso o combate até foi aceitável. O final é que foi uma parvoíce pegada, pior só mesmo aquela de o Batista empurrar o Edge para dentro do ringue e perder ele por count out. Não sei é para onde vão depois disto, mas é possível que a ideia seja ser o Taker a tirar o cinto ao Khali. Fora os lesionados Edge e Taker acho que na SmackDown só o Batista é que tem estatuto para vencer o Khali, mas se a ideia fosse essa então teria feito todo o sentido que isso tivesse acontecido já ontem.

Para acabar a noite tivemos o main event da SmackDown. Para saberem o que achei leiam o report do house show de 9 de Junho, ou peguem nos meus comentários aos main events do Cena e substituam o nome do desgraçado de serviço por “Orton”. É sempre engraçado ver o público masculino a vaiar brutalmente o Cena, mas se o preço disso é vê-lo campeão vitalício, então é um preço demasiado caro para mim.

Perante tudo isto, podemos constatar facilmente a importância que o Hulk Hogan ainda tem no mundo do Wrestling. Nos dois últimos SummerSlams, ele foi de longe a atracção principal. Hoje já quase toda a gente se esqueceu dos outros combates nos cards, mas qualquer fã se lembra bem que há dois anos derrotou o Shawn Michaels e o ano passado venceu o Randy Orton. Este ano simplesmente não há nada que faça este SummerSlam memorável: todos os campeões mantiveram os seus títulos, não houve gimmick matches, não houve grandes spots... nada. O Trips e o Rey Mysterio regressaram à competição? Ainda bem, mas só isso não chega. Sem o Hogan (e sem imaginação por parte da WWE) este SummerSlam foi completamente banal, desinteressante e olvidável. Aconteceu porque estava marcado no calendário e teve mesmo de ser, mas foi pouco mais que um frete. E em termos de pops, querem comparar os do Trips, Rey, Cena, Batista e Stone Cold juntos contra o que o Hulkster teve o ano passado? Nem o pessoal que anda no Júlio a receber tratamentos de choques eléctricos seria louco a esse ponto.

Decididamente, nunca vai haver outro Hulk Hogan. O maior de todos os tempos.
| Próximo Post »
| Próximo Post »
| Próximo Post »
| Próximo Post »
| Próximo Post »
| Próximo Post »
| Próximo Post »
| Próximo Post »
| Próximo Post »

2 Comentários:

Em terça-feira, 04 setembro, 2007, Blogger tachorpo disse...

Boas Royce tudo em cima?

Olha eu queria-te pedir que me adicionasses no msn ou me mandasses um mail.

filipehardiz@hotmail.com


Abraço

 
Em quinta-feira, 13 setembro, 2007, Blogger Lusitano disse...

Não digas disparates, o melhor de sempre foi, e é, o Triple H! O combate Orton vs Hogan do ano passado, foi a coisa mais chata que já vi na WWE! O Hogan sem aguentar com o próprio rabo, e a vancer de forma ridicula!

 

Enviar um comentário