Um homem do povo
Saudações, fadistas da minha terra.
A vida é feita de momentos. Alguns deles são bons, outros maus, outros Kodak e outros ainda simplesmente inesquecíveis. Estes últimos são tão importantes que, embora não nos envolvam directamente, nos fazem recordar até ao fim dos nossos dias onde estávamos quando aconteceram. O 11 de Setembro. A última vez que o Benfica foi campeão. O primeiro filme da Eliza Dushku que se viu. Os velhos esquecem-se, e um dia tudo será esquecido, mas esses momentos continuarão vivos na memória até que se apague a última centelha de vida. Esta semana houve mais um momento desses: o The Great Khali tornou-se World Heavyweight Champion.
Quem esteve no Pavilhão Atlântico a ver o Khali dizimar os Cryme Tyme perante uma ovação que reverberou por todo o espaço da antiga Expo 98 poderia pensar que se estava perante um histórico do Wrestling, como Hulk Hogan, Ric Flair ou Bret Hart. A verdade é que até há poucos anos o The Great Khali andava a partir pedra no meio da Índia, sem provavelmente sequer sonhar poder vir a ser mais do que os seus familiares e vizinhos. O acaso deu-lhe uma oportunidade de sair dessa vida, e como se costuma dizer o resto é história. Num mundo em que se costuma dizer “nice guys finish last”, são exemplos como o do Khali que nos inspiram. Um homem simples, um homem do povo, que mesmo vendo-se agora no meio da riqueza e opulência americana, sendo ovacionado por assistências em todo o mundo, não se esquece de onde veio e ainda hoje ajuda os que lá ficaram. Ser campeão é um feito, mas bem vistas as coisas há sempre um em cada brand. Agora ser um campeão do povo, isso é muito mais difícil.
Apesar de tudo isto, continua a haver quem o critica. Dizem que não tem técnica, que não tem psicologia de wrestler, que é desengonçado, enfim, as coisas mais ridículas. Não me admirava que um dia destes o acusassem de não saber falar inglês. Escusado será dizer que quem debita estes grooismos não são verdadeiros fãs de Wrestling, mas sim pessoas muito doentes e perturbadas, incapazes de aceitar um campeão se não tomar esteróides ao pequeno-almoço nem tiver lançado CDs de hip-hop. Estes espécimes, que sentem estranhas titilações nas suas pilinhas encarquilhadas ao assistirem aos combates do John Cena, são os mesmos que choraram no Pavilhão Atlântico ao verem o já lendário a nível internacional cartaz “CENA SUCKS”. Mas os verdadeiros fãs de Wrestling sabem reconhecer quem o merece, e sem dúvida que actualmente ninguém merece mais reconhecimento que o The Great Khali.

Agora no Great American Bash havia receio, medo e até temor que o Batista recuperasse o título, mas felizmente que a WWE tomou a decisão certa duas vezes seguidas e manteve o Khali como campeão. O nosso campeão. Rejubilemos pois, que neste mundo de incertezas e injustiças temos finalmente um farol de 2,20m a iluminar o nosso caminho. Glória ao The Great Khali e a todos os seus fãs, hoje o dia é nosso.
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1 Comentários:
Finalmente! Khali finalmente teve o que merecia! É pena é que a "vítima" foi o Edge mas enfim :\
Cena, és o próximo: The Game is over ^^
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