wrestling, yay!
Wrestling, yay! Combates completos, yay! Sim, a partir de agora, para além de pequenos clips poderão também desfrutar de combates completos nestes pequenos e insignificantes artigos. Para começar, e mantendo a temática da minha ultima publicação, temos um combate pelo título da IWA-MS, no show do 8º aniversário da IWA-MS em 2004, é AJ Styles que defende o seu título perante a lenda da IWA-MS CM Punk. O combate em si não tem qualquer storytelling, um mínimo de coerência ou sentido de pacing. É apenas um conjunto de whaky spots que se sucedem sem selling ou qualquer outro tipo de preocupação. É aquilo a que o nosso estimado Prophet of Death chamaria de “um monte de esterco” (por acaso o PoD até deu criticas positivas a este combate, mas isso pouco importa para o caso, sou eu que estou a escrever o artigo, o nome dele só veio à baila devido à sua tendência para utilizar a palavra “esterco”, uma palavra muito parva e que enriquece este artigo aos mais variados níveis). Mas o que é que poderíamos esperar? Afinal, trata-se de um combate indy, onde o objectivo não é provocar qualquer tipo de sentimentos ou transmitir qualquer tipo de ideias, na verdade, trata-se apenas de uma desculpa para que o público possa ter uma experiência social alternativa e desse modo aumente a sua auto-estima (a auto-estima é a forma como um individuo se sente acerca dele mesmo, aprendi em Psicologia Social, rulo?). Falando em Psicologia Social (sim, era um parêntesis e por isso não deveria desenvolvê-lo, mas pronto, ninguém me remunera para isto), fui hoje de manhã fazer melhoria de nota, não sabia o que responder a uma pergunta que pedia exemplificações por isso exemplifiquei com uma reflexão sobre atitudes em relação à casualidade sexual e às lesões fingidas no futebol. Penso que quando os alunos não sabem o que responder devem pelo menos tornar a correcção divertida para o professor. O que é que isto tem a ver com alguma coisa? Casualidade sexual, o Punk é sXe, logo é contra a casualidade sexual. Lesões simuladas, aquilo que no wrestling se chama de selling, o Jamie Noble fá-lo muito bem. Assim, conceitos que à partida pareciam um off-topic relacionam-se com conceitos do tópico principal. O problema são as representações sociais ancoradas que nos impedem de relacionar contextos que não estamos habituados a considerar de determinada forma. Obriga a que se abra a mente e se procure novos significados para objectos que estamos habituados a tratar de certa forma. Quando vi Lucha Libre pela primeira vez fiquei arreliado, nada parecia fazer sentido, só um monte de Arm Drags seguidos, é difícil apanhar o conceito de derrubar o adversário e obrigá-lo a rolar de modo a impedir que ele se magoe. Para quem vê wrestling tradicional americano é difícil comer um combate que se baseie neste princípio. Também quem estiver habituado à música dos nossos dias, ao ouvir uma qualquer composição do Carlos Seixas vai sentir-se incomodado. Os intervalos não são os que estamos habituados a ouvir, não nos soa bem, irrita-nos, é péssimo, temos de desligar para nunca mais ouvir! E no entanto… abrindo a mente a estes novos intervalos entre tons podemos descobrir como são belos e expressivos, chega a ser inspirador o facto de algo que incomodava os nossos ouvidos ao início, a partir do momento em que é aceite e entendido, possa transmitir coisas tão belas. Também há quem se incomode com a ‘falta’ de pontuação do Saramago, mas não vale a pena desenvolver, acho que já apanharam a ideia. Voltando ao Punk vs AJ, os que como eu decidiram procurar no indy wrestling uma experiência social alternativa e por isso decidiram começar a ver o vídeo ão de reparar que no inicio há uma promo do Punk com o Ace Steel, que tem a ver com IWA-MS e os 8 anos de idade que fazia na altura, mas que tem pouco a ver com o combate posterior. Posto-a exactamente para poder falar do senhor Ace Steel. Ace Steel foi à poucos dias despedido da WWE, o que aliado ao facto do Matt Sydal ser campeão da OVW, deita por terra a teoria de que os bons indys wrestlers acabam por subir na carreira e por ter sucesso na WWE. Ace Steel é um dos wrestlers mais underrated de sempre, period. A sua feud com o Chad Collyer na ROH foi uma das feuds mais underrated de 2005/2006 (embora tenha sido bem cotada no Wrestling Observer), o facto de uma feud se poder basear num Chair Shot que o Collyer dá ao Ace, e isso levar a que o Ace deixa a mulher e os amigos e fique com a vida destruída para passar a passar todas as noites no ginásio a preparar-se para retribuir a cadeirada ao Collyer é giro, creio eu. O Collyer é outro que, nos tempos em que a ROH parece estar a voltar às suas origens de montes de spotfests no undercard, podia voltar ao roster. Sim, não é o gajo mais carismático de sempre, mas é um wrestler mais que competente no tapete, e num estilo que eu aprecio e que tem desaparecido da senda da ROH. Eu trazia-o e punha-o a fazer equipa com o John Walters. Falando em wrestlers que eu aprecio na ROH… demorou, mas finalmente Joey Mercury fez o seu regresso por muitos (pronto, por mim e mais meia dúzia) ansiado. Todos conhecem o Mercury, todos viram como com o Nitro formou uma das melhores tag teams dos últimos anos (na WWE ou noutro lado qualquer…), o Mercury é daqueles benditos wrestlers que não precisa de fazer 50 moves num combate, muito ao estilo do Michaels, bastam-lhe 3 ou 4. O que eu mais aprecio no Mercury é a forma como ele compreende os combates tag teams, compreende que os comebacks dos babyfaces não podem ser precipitados, têm de ser trabalhados de forma a criar mais suspense e isso tudo. Actualmente saquei um show da AAW só para ver um Mercury e York vs Shelley e Sabin pelos tag team titles, não posso dizer que me tenha desiludido, 27 minutos de excelência de tag team! AAW, essa promoção do Midwest que têm um ecrã gigante e faz shows tipo Monday Ningh Raw. São a principal concorrente da IWA-MS, foi lá que o Jimmy Jacobs atirou o título da IWA-MS para o lixo, é por isso que o Fannin o odeia. Perguntam vocês, “quem é o Fannin?” Pois, culpa minha que fiz um artigo sobre a IWA-MS e não mencionei uma única vez o braço direito de Ian Rotten, o controverso Jim Fannin. Mas voltando à conversa da ROH, como referi, o roster hoje não é o que era em 2005 com nomes como CM Punk, Colt Cabana, Jimmy Rave, Alex Shelley, Spanky, Samoa Joe, Homicide, James Gibson, Low Ki, etc. Mas isso não significa que também não houvesse spotfests! Por isso, e porque sim, deixo-vos como bónus com os momentos finais de um combate do género da ROH em 2005: E o combate que falei do Mercury na AAW |
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