Blog Pro Wrestling Portugal: julho 2007



John Morrison - um erro de casting

Publicado por Anónimo em 26 de julho de 2007 às 11:09 da tarde.



Em 2005, no combate de estreia na SmackDown!, os MNM derrotaram Eddie Guerrero & Rey Mysterio pelo WWE Tag Team Championship. O trio dominaria a divisão durante cerca de um ano, acumulando 3 reinados e grandes exibições de wrestling em equipa. Até que, em Maio de 2006, os MNM foram separados.

Joey Mercury continuou no programa azul, enquanto Johnny Nitro e Melina foram "despedidos" da SmackDown! e mudaram-se para outros ares - as segundas-feiras. A WWE pareceu então apostar em Nitro, dando-lhe o Campeonato Intercontinental em Junho, destronando Shelton Benjamin num combate que também envolveu Carlito. No entanto, o cinto perdeu-se enquanto ele o teve, só voltando a ter alguma atenção quando o regressado Jeff Hardy o enfrentou no Unforgiven. Hardy e Nitro tiveram uma série interessante de combates, mas pouco resultou daí. Não houve nenhuma história por detrás deles e a série estendeu-se por demasiado tempo. Também por essa altura criou-se uma rivalidade entre os MNM e os Hardys, que terminou abruptamente após a dispensa de Mercury. Depois disto e de ter perdido um Steel Cage Match contra Hardy no New Year's Revolution, Nitro ficou sem nada para fazer na Raw, andando perdido no HEAT durante meses. O máximo de exposição que conseguiu foram três aparições na Raw ao lado de Kenny Dykstra, perdendo em todas as ocasiões.

Nitro foi um dos lutadores que se transferiram para a ECW no Draft suplementar do site da WWE e teve uma estreia sem brilho, derrotando Nunzio. No entanto, com o escândalo Chris Benoit e a sua impossibilidade de estar presente no Vengeance: Night of Champions, Nitro foi o escolhido para estar presente no combate pelo Título da ECW, conquistando-o para surpresa geral.

Desde então, Nitro fez um ajuste de imagem. Mudou o seu nome para John Morrison, adoptou um look ligeiramente mais rockstar e assumiu uma postura mais "cocky". Mas a verdade é que está longe de cumprir neste papel. Morrison não passa do "cocky heel #798" da WWE. E nem sequer é um dos bons.

Desde a sua passagem da divisão de tag team para a de singulares que se percebeu que Morrison não estava pronto para se afirmar como lutador individual. A sua performance no ringue é no máximo medíocre. Muitos saltos, muitas cambalhotas, mas pouca lógica e pouca credibilidade. O seu carisma também ronda o zero. E é melhor taparmos os ouvidos quando ele tiver o microfone à frente, porque é doloroso ouvi-lo tentar fazer uma promo à heel. Nem no programa semanal da OVW, perante lutadores completamente verdes em todos os sentidos, o Campeão da ECW foi capaz de provocar uma reacção do público com o que dizia.

Ninguém se importa com John Morrison. O público da OVW nem sequer ficou muito interessado quando o ECW World Heavyweight Champion, supostamente uma das maiores figuras da casa-mãe, disse que lutaria no programa. Quando Morrison se encaminha para o ringue, ouve-se um silêncio assustador. Os finais abruptos dos combates em que ele é colocado também não ajudam, mas a verdade é que a grande maioria do público desconhece o seu finisher e não sabe quando reagir.

É verdade que as opções não eram muitas, mas Elijah Burke, Marcus Cor Von, ou o próprio CM Punk (assumindo que a WWE não preferiria guardar uma eventual conquista de um título mundial pelo natural de Chicago para quando estiver numa das brands principais) teriam sido caminhos mais viáveis e credíveis. Morrison nem sequer esteve nos combates pré-Vengeance para determinar quem estaria a lutar pelo cinto! Faria muito mais sentido colocar os 3 restantes lutadores, Punk, Burke e Cor Von, num 3-Way, do que simplesmente substituir Benoit por Morrison.

John Morrison não tem o que é preciso para carregar uma brand às costas, mesmo que seja a mais pequena da WWE. Falta-lhe carisma, capacidade de se expressar ao microfone convenientemente e cativar as pessoas, talento para fazer um combate coerente, entre muitas outras coisas. O push que recebeu é no mínimo prematuro e arrisco-me mesmo a dizer que nunca o deveria receber, porque dificilmente atingirá um nível digno de ser Campeão do Mundo. E o seu reinado descabido e insabido é uma dos motivos de eu suportar cada vez menos a ECW.

Um homem do povo

Publicado por Royce Gracie em 23 de julho de 2007 às 10:10 da manhã.


Saudações, fadistas da minha terra.

A vida é feita de momentos. Alguns deles são bons, outros maus, outros Kodak e outros ainda simplesmente inesquecíveis. Estes últimos são tão importantes que, embora não nos envolvam directamente, nos fazem recordar até ao fim dos nossos dias onde estávamos quando aconteceram. O 11 de Setembro. A última vez que o Benfica foi campeão. O primeiro filme da Eliza Dushku que se viu. Os velhos esquecem-se, e um dia tudo será esquecido, mas esses momentos continuarão vivos na memória até que se apague a última centelha de vida. Esta semana houve mais um momento desses: o The Great Khali tornou-se World Heavyweight Champion.

Quem esteve no Pavilhão Atlântico a ver o Khali dizimar os Cryme Tyme perante uma ovação que reverberou por todo o espaço da antiga Expo 98 poderia pensar que se estava perante um histórico do Wrestling, como Hulk Hogan, Ric Flair ou Bret Hart. A verdade é que até há poucos anos o The Great Khali andava a partir pedra no meio da Índia, sem provavelmente sequer sonhar poder vir a ser mais do que os seus familiares e vizinhos. O acaso deu-lhe uma oportunidade de sair dessa vida, e como se costuma dizer o resto é história. Num mundo em que se costuma dizer “nice guys finish last”, são exemplos como o do Khali que nos inspiram. Um homem simples, um homem do povo, que mesmo vendo-se agora no meio da riqueza e opulência americana, sendo ovacionado por assistências em todo o mundo, não se esquece de onde veio e ainda hoje ajuda os que lá ficaram. Ser campeão é um feito, mas bem vistas as coisas há sempre um em cada brand. Agora ser um campeão do povo, isso é muito mais difícil.

Apesar de tudo isto, continua a haver quem o critica. Dizem que não tem técnica, que não tem psicologia de wrestler, que é desengonçado, enfim, as coisas mais ridículas. Não me admirava que um dia destes o acusassem de não saber falar inglês. Escusado será dizer que quem debita estes grooismos não são verdadeiros fãs de Wrestling, mas sim pessoas muito doentes e perturbadas, incapazes de aceitar um campeão se não tomar esteróides ao pequeno-almoço nem tiver lançado CDs de hip-hop. Estes espécimes, que sentem estranhas titilações nas suas pilinhas encarquilhadas ao assistirem aos combates do John Cena, são os mesmos que choraram no Pavilhão Atlântico ao verem o já lendário a nível internacional cartaz “CENA SUCKS”. Mas os verdadeiros fãs de Wrestling sabem reconhecer quem o merece, e sem dúvida que actualmente ninguém merece mais reconhecimento que o The Great Khali.


Agora no Great American Bash havia receio, medo e até temor que o Batista recuperasse o título, mas felizmente que a WWE tomou a decisão certa duas vezes seguidas e manteve o Khali como campeão. O nosso campeão. Rejubilemos pois, que neste mundo de incertezas e injustiças temos finalmente um farol de 2,20m a iluminar o nosso caminho. Glória ao The Great Khali e a todos os seus fãs, hoje o dia é nosso.

Um se por terra, dois se por mar

Publicado por Royce Gracie em 16 de julho de 2007 às 9:46 da manhã.

Saudações, fadistas da minha terra.

Já dizia o Kup no lendário filme dos Transformers (o de 1986, nada de confusões) que uma pessoa começa a perceber que está velha quando tudo o que acontece lhe lembra alguma coisa que já aconteceu antes ou que já viu anteriormente noutro sítio qualquer. Se a simples referência a um filme de 1986 não fosse já por si só prova de eu estar velho, o facto é que o combate do main event do Great American Bash, este domingo, me recorda a minha história favorita do Conan, escrita pelo Robert E. Howard no longínquo ano de 1934. Nessa história, cuja leitura escusado será dizer recomendo vivamente, a cidade de Khauran estava dominada pelo tirano Constantius, que se preparava para enfrentar o exército do Conan em batalha. Ao ver os preparativos para a peleja, o povo não sabia bem o que desejar, já que a vitória do Constantius significaria a continuação da miséria abjecta em que viviam, enquanto que a vitória do Conan (do qual apenas sabiam que era um bárbaro) representaria provavelmente o massacre da cidade. Explicado isto, por certo entendem o dilema em que me encontro quando o John Cena se prepara para defender o título contra o Bobby Lashley.

Quem me conhece é porventura capaz de já ter formulado a hipótese de eu não ser propriamente o fã número 1 do Cena, e de não acordar mais cedo todos os dias só para poder passar mais tempo a ter fantasias homoeróticas a olhar para pósteres do homem. Arriscando um pouco mais, e fazendo uso dos apurados poderes de dedução que invariavelmente se adquirem a ver DVDs do Sherlock Holmes com o magnífico Jeremy Brett, até se pode avançar que eu estou fartinho de ter aquele palerma shoved down my throat semana sim semana sim. Perante tudo isto, e tendo em conta que eu já tinha basicamente aceite que o Cena seria campeão pelo menos até se retirar da WWE, possivelmente até durante alguns anos mais depois dessa data feliz, poderiam pensar que eu aguardava com ansiedade por esta defesa do título contra o Lashley, já que este será talvez o primeiro adversário desde o Triple H que eu acredito que tem realmente hipóteses de conquistar o título. Pois se pensam isto, estão muito enganados. Flagelem-se a vós próprios por pensarem uma coisa dessas.

Contudo perguntam-me vocês agora, no meio das dores lancinantes causadas pelo gato de nove caudas a arrancar-vos pele e carne das costas, “Mas mestre Royce, depois de nove meses com esse Vanilla Ice cheio de esteróides como campeão, não será bom se ele perder finalmente o título?”. Em teoria sim, mas quando se salta da frigideira é preciso ter-se cuidado para não se cair no fogo, e para mim é isso que está aqui em perspectiva. É que o adversário do Cena neste PPV não se chama Randy Orton, nem Mr. Kennedy, nem Shawn Michaels, nem muito menos Triple H... chama-se Bobby Lashley, e para mim está aí o primeiro grande problema. Para quem não sabe (ou melhor dizendo, não se deu ao trabalho de pesquisar) o nome completo do Lashley é Franklin Roberto Lashley. Ora se Frank é um nome absolutamente macho, ou não fosse esse o nome do Punisher, já Bobby não é propriamente um nome que associemos a um negro enorme. Quanto muito poderia ser nome para um personagem white trash no “My Name is Earl”. Sobretudo, Bobby não é nome de campeão.

Contornando este handicap do nome (é preciso fazer um desvio muito grande, mas enfim) chegamos à parte das mic skills. Uma vez lá chegados constatamos rapidamente que não há nada para ver e voltamos a subir para o comboio, que não queremos ter de passar 15 minutos da nossa vida naquele deserto. Outra boa maneira de descrever o talento do Lashley com o microfone será dizer que ele tem ainda menos jeito que os Milli Vanilli, mas receio que pouca gente apanhe esta referência. Em termos de expressões faciais também não temos grande sorte, a não ser que tenhamos um fetiche por olhos esbugalhados. Perante isto, que podemos concluir? Que o Lashey é um powerhouse sólido no ringue e que por algum motivo que talvez nunca chegue a perceber o público delira com ele, mas em tudo o resto é de uma miséria absolutamente franciscana. Depois de dez meses de sofrimento e desespero com as vitórias sucessivas do John Cena, é possível que este esteja agora em posição de citar o velho ditado português do “Atrás de mim virá quem de mim bom fará.”. É que se é uma verdade insofismável que um herói da classe operária como eu já não pode ver o Cena à frente, não será menos verdade dizer que também não estou propriamente ansioso por ter o Bobby Lashley como campeão.

Tal como os habitantes de Khauran, dou por mim sem saber quem quero que vença o combate de domingo. Será que as coisas vão continuar como estão, ou será possível que ainda consigam piorar? O ideal para mim seria haver um árbitro convidado e uma estipulação teoricamente banal de “quem conseguir o pin ou submissão será campeão”. Claro está que ao princípio toda a gente acharia isto desnecessário, que afinal de contas é assim em todos os combates, mas às tantas o Cena faria o F-U ao Lashley e antes de conseguir avançar para a cover sofreria o finisher do árbitro convidado. O público ficaria todo abananado, sem perceber o que se estava a passar, mas então o árbitro convidado fazia a cover a um dos dois wrestlers e aparecia eventualmente um novo árbitro que fazia a contagem até 3 e lhe atribuía o título de campeão, ficando-se assim a perceber o porquê da estipulação inicial. Este árbitro convidado poderia ser o Mr. Kennedy, por exemplo, que com isto teria um início de reinado absolutamente memorável, e durante as semanas seguintes o Cena e o Lashley podiam lutar entre si, com cada um deles a defender ter sido prejudicado pelo Kennedy e ter o direito de ser o primeiro a desafiá-lo pelo título. Este booking seria fabuloso, mas acho mais provável a Eliza Dushku casar-se comigo do que a WWE ter uma ideia destas.

Enfim, alea jacta est, e essas coisas. Domingo logo veremos que sorte nos calha na rifa.

Entrevista - Tony de Portugal

Publicado por Rafael "R.L.@" Arrais em 11 de julho de 2007 às 10:09 da manhã.

O Blog Pro Wrestling Portugal tem o prazer de apresentar uma entrevista realizada a um dos maiores nomes do Wrestling Nacional, Tony de Portugal. Agradecimentos ao AngelOnEarth pela ajuda na realização da entrevista.


Que lutador ou momento no wrestling é que te fez deixar de querer cantar nos comboios do Algarve com um acordeão?
Ignorantes como vocês são, não sabem que o grande Tony só actua em palcos grandes?! Onde é que vocês têm andado, no buraco da avó? O Tony faz o que quer quando quer não há ninguém que me faz deixar de fazer seja o que for!

Vimos a tua estreia num evento organizado em Penamancor, intitulado "Tarzan Taborda Volta Ao Ringue", um show que contou com a presença do mais emblemático lutador de luta livre americana português, Tarzan Taborda. Como foi essa experiência?
O público foi todo lá para me ver como é óbvio, o Tarzan gostou muito de saber que o evento ia ter a participação do Tony, tanto foi que nessa noite ainda tive de ir ao palco do bailarico dizer umas palavras, ja havia senhoras de idade a chorar por nao me verem!

Regressaste em grande no Impacto Total de Lisboa, sendo o 10º participante na Gauntlet na ausência de Johnny Casino, que tinha ido para Espanha com Jeff Jarret. Achas que valeu a pena cansares-te à frente de um público "estúpido e que não sabe apreciar música portuguesa", como tu próprio o descreveste?
Eu era para cantar mas mal cheguei ao ringue não me deixaram, aqueles invejosos... É óbvio que aquele público não sabe reconhecer a LENDA VIVA Tony de Portugal, mal arrancou a música assobiaram, vê-se logo que são jovens revoltados e delinquentes que devem ouvir aquelas músicas barulhentas e outras em que de música não têm nada onde so falam e usam roupa larga...

No dia seguinte, foi a vez do Impacto Total no Porto, onde foste o árbitro convidado num combate Lumberjack entre Mad Dog (c) e Arte Gore num combate pelo titulo da APW. Antes desse combate disseste umas quantas palavras que enfureceram o público, e até houve portistas que te fizeram uma espera na garagem para te fazer a folha. Tinhas limpado o chão com eles, ou só lutas quando te pagam?
O Tony não esta para se sujar, o Tony e uma pessoa justa e honesta e foi o que fiz quando arbitrei aquele combate, disse as verdades aos portistas eles nao gostaram mas o Tony e justo com os seus fãs! Em relação a uns arrumadores de carros que fizeram a espera, o Tony até com uma mao dava cabo deles! Nao tens visto o bom que eu sou até hoje?!

Em Abril a APW voltou aos eventos ao vivo, com o "Wrestling Total" em Odemira. Nesse mesmo evento entraste em primeiro numa Battle Royal, onde virias a ser o finalista eliminado por Jimmy Best. De seguida atacaste-o sem dó nem piedade, tendo Jimmy sido retirado do ringue numa maca. Porque é que fizeste isto?
Eu acho engraçado como toda gente ainda fala bem desse pirralho eu ataquei sem dó nem pieadade!!! Então aquele puto elimina-me da Battle Royal da forma mais covarde que existe, pelas costas, e vocês ainda o defendem?! Quer dizer eu estava a virar quando apanho um pontapé mesmo na cara da LENDA VIVA e saio eliminado, ele é que nao foi homem suficiente para lutar comigo o fim da Battle Royal... O Tony só pôs as coisas equilibradas depois!

Fizeste também parte da Federação Portuguesa de Wrestling (FPW) original, presidida por Axel. Na altura encontrava-se aí algum do melhor talento nacional e, apesar de haver a hipótese de haver combates durante o Bar da TV, um reality show da SIC, nada se concretizou. Porque é que achas que isto aconteceu? Disseste a algum executivo que não sabiam apreciar música portuguesa?
Ninguém deste país e melhor que eu ou tem mais talento que eu, ja estou a ver que és de compreensão lenta, nada se concretizou porque aquele show ridículo não tinha cache para pagar uma estrela como eu!

Voltaste mais tarde ao Porto, desta vez para cantar uma música do teu disco ainda não editado. Infelizmente não o pudeste fazer porque Mad Dog e Ultra Psycho interromperam-te a meio. Porque é que achas que eles o fizeram? Inveja do teu sucesso?
Esses gajos sao uma cambada de invejosos, um usa saia não e muito masculino desconfio das suas tendencias, ainda por cima careca, ja acertei as contas com ele no Montijo! O outro julga se muito esperto com um queixo que mais parece a Torre de Pisa em Itália, devia era estar quietinho em casa a brincar com o computador que só aí é que ele sabe ser homem!

Mais tarde nesse evento, acabaste por lutar contra Jimmy Best num combate singular. Jimmy, apesar de lesionado do teu ataque anterior, não virou a cara à luta e foi para o ringue. Apesar de teres ganho o combate, foste dominado durante vários instantes por um lutador que não estava nas suas melhores condições físicas. Como justificas isso?
Bem, tu não tiveste la de certeza em Odemira, toda gente que esteve em Odemira viu que o dominado foi o Jimmy Best. O Tony entrou, fez o espetaculo, o público delirou so com a minha presença, depois veio o puto sem problemas arrumei com o gajo e roubei o show todo aqueles sonsos, queres mais que isto?! A LENDA VIVA Tony de Portugal é o senta cadeiras do wrestling nacional!

Por fim, tens alguma mensagem a transmitir aos fãs que estão a ler esta entrevista?
A todos os meus fãs que sabem apreciar a música popular portuguesa e estão excitadissimos ao ler esta entrevista não desesperam mais, o Tony vai lançar o seu disco e poderão ter horas de prazer ao ouvir as sonoridades da minha voz! Quero também dar uma palavra de esperança as mulheres deste país que sonham com o Tony de noite, não se agarrem a almofada pois mais tarde ou mais cedo o Tony irá à vossa cidade! A VOSSA LENDA VIVA Tony de Portugal.

O bom, o mau e o tweener

Publicado por Royce Gracie em 9 de julho de 2007 às 10:47 da manhã.

Saudações, fadistas da minha terra.

Uma das coisas que faz o Wrestling tão popular é o facto de apelar a uma camada da população ainda demasiado nova para se interessar pelos desportos de competição clássicos, como o futebol americano, o baseball e essas coisas estranhas com que o pessoal lá nos States se entretém. Esse fascínio dos mais jovens consegue-se não só com a exuberância dos lutadores e dos próprios combates, mas também com um elemento muito simples e até aqui eficaz: a simplicidade das histórias. Se no futebol Benfica e Porto são o bom e o mau ou o mau e o bom, dependendo do ponto de vista de cada um, já no Wrestling é tudo muito mais simples, visto que os próprios lutadores poupam o trabalho às pessoas escolhendo a facção a que pertencem.

Durante muitos anos este sistema funcionou na perfeição. O lutador que entrava no ringue a rosnar, mandava calar o público e usava golpes baixos era obviamente vaiado, enquanto que o que entrava sorridente, cumprimentava a audiência e cumpria as regras era claramente o herói. O público apoiava-o e puxava por ele nas alturas em que (inevitavelmente) passava por uma fase mais agreste no combate. No final, independentemente do resultado, os lutadores recebiam nova dose do tratamento que tinham tido a caminho do ringue. As coisas eram mais simples nesses tempos, na base do preto e do branco, sem espaço para as tonalidades de cinzento. A WWF dizia “está aqui o vosso herói” ou “está aqui o vosso vilão” e o público reagia em conformidade sem hesitar. Quando era preciso mudar de campo também bastava seguir a fórmula antiga... ou se culpava um parceiro por uma derrota e se passava a mau, ou se tinha uma atitude nobre e se passava a bom. E na semana seguinte o wrestler já podia aparecer ao lado de antigos adversários sem que isso parecesse minimamente estranho, partia-se do princípio que no espaço entre um e outro combates tinham feito as pazes e descoberto terem muitas coisas em comum.

Entretanto o mundo foi mudando, e essas mudanças também se fazem sentir nos espectadores de Wrestling. Se as crianças de tenra idade e cérebro ainda em formação continuam a apoiar os wrestlers que a WWE lhes impinge, independentemente de não conseguirem falar ao microfone (Lashley), se comportarem como uns autênticos imbecis (Cena) ou tornarem o próprio cinto de campeão em algo de ridículo (novamente Cena), já o público mais adulto elevou os seus padrões de exigência. Mais do que apoiar os bons contra os maus, os fãs cultos apoiam hoje quem os diverte, independentemente de serem heels ou faces. Quem não consegue mexer com o público, quer seja face ou heel, sofre algo muito pior que vaias... sofre silêncio e indiferença. Recentemente, no Pavilhão Atlântico, tivemos a oportunidade de ver o The Great Khali e o Randy Orton, supostamente heels, a terem ovações fabulosas, enquanto Santino Marella e Chuck Palumbo, que em outros tempos seriam aplaudidos, foram simplesmente ignorados. Já John Cena, o campeão da WWE e principal representante da companhia, teve segundo reports publicados em sites internacionais as segundas maiores vaias da noite, só atrás de Cade e Murdoch, que combateram contra o über favorito do público Ric Flair. Este tratamento do público seria completamente impensável na altura do Hulk Hogan, mas verdade seja dita o Hulkster era um campeão fabuloso, uma verdadeira lenda entre lendas, que não inspirava a repulsa dos verdadeiros fãs com spinner belts ou constantes insinuações gays.

É neste contexto que surge uma terceira figura: o tweener. Quando a própria Marvel decide matar o Capitão América, isso diz bem que o público está farto de heróis bonzinhos e muitas vezes ingénuos que se deixam enganar vezes sem conta por vilões mais espertos. O tweener pode ser face (Stone Cold) ou heel (nWo ou D-X originais), mas foge aos conceitos tradicionais desses papéis, já que se preocupa sobretudo em ser divertido para os fãs, em garantir que o público dá por bem empregue o dinheiro que pagou pelo bilhete. Com o Capitão América morto (por enquanto), são o Punisher e o Barracuda que brilham no mundo da banda desenhada, e cada vez mais também são os tweeners que dominam o Wrestling. O próprio Kurt Angle dizia, a meio da inevitável série de derrotas para John Cena, que após o público gritar “you suck!” durante a sua música de entrada o passava a aplaudir, por reconhecer que ele era infinitamente superior ao seu adversário. Perante isto, não será talvez descabido imaginar um futuro mais ou menos próximo em que já não existam faces nem heels, e em que cada wrestler se limite a ter uma personalidade interessante, que porventura desperte diferentes reacções em diferentes espectadores. Isto será sem dúvida um grande corte com a tradição do Wrestling, mas não tão grande como foi a transformação do cinto de campeão da WWE num objecto absurdo de bling bling.

O Príncipe de Chichester

Publicado por Royce Gracie em 2 de julho de 2007 às 9:53 da manhã.

Saudações, fadistas da minha terra.

Quem vagueia pela Internet decerto já encontrou vários sites onde se coloca a questão sobre quem é mais cool. Independentemente do país ou do tema do site, esta parece ser uma pergunta que a todos fascina e onde todos têm uma opinião bem formada. As respostas variam inevitavelmente entre ninjas, piratas, zombies, robots ou até mesmo megalodons, mas é óbvio que todas estão erradas. Quem segue a WWE desde o ano passado sabe que não há ninguém mais cool que o The Great Khali. Isto não é uma opinião, é um facto.

Já antes de chegar ao Wrestling americano o The Great Khali era uma vedeta internacional. Deslumbrou o Japão com combates de grande primor técnico e fez uma dupla que ainda hoje é recordada com saudade, a Team 7, juntamente com o Giant Silva. Mas se este último optou por continuar a carreira em Mixed Martial Arts, onde tem já um currículo deveras interessante, Khali deixou-se seduzir pelo mundo do cinema, tendo tido um papel muito elogiado pela crítica no blockbuster “The Longest Yard”. Ainda assim, quis Santa Eliza Dushku que o bichinho do Wrestling não o largasse, e aquele que é hoje considerado o melhor lutador asiático de sempre resolveu tentar a sua sorte na América.

O The Great Khali estreou-se na WWE (mais concretamente na SmackDown) a 7 de Abril de 2006, atacando o Undertaker durante o seu combate com o Mark Henry. Isto foi duplamente cool, porque não só o Undertaker é das maiores estrelas do Wrestling de todos os tempos, e consequentemente uma excelente escolha para primeira vítima, como ainda por cima permitiu ao Michael Cole dizer uma das frases mais lendárias de sempre no mundo do Wrestling, “I have never seen the Undertaker manhandled like this”, que como todos sabemos já foi usada em relação a dezenas de wrestlers ao longo dos anos, incluindo King Kong Bundy, Yokozuna, Giant Gonzalez, Kane e o próprio Mark Henry, o adversário do Undertaker nessa noite. Mais cool ainda, Khali atacou o Undertaker sem qualquer explicação ou motivo. O homem domina de tal forma que nem sequer precisa de razão para atacar o Undertaker, simplesmente aparece lá e enche-o de porrada.

Seguiu-se então o inevitável feud com o Deadman, no qual o The Great Khali saiu indubitavelmente por cima, chegando até a conseguiu o pin apenas com o pé em cima do peito do Undertaker. Covers são para os frouxos, pensou ele. Já antes disso Khali teve um combate visualmente fascinante contra o então campeão Rey Mysterio, que naturalmente foi dizimado pelo colosso indiano. Posteriormente Khali continuou a mostrar a Carlito o que é ser-se verdadeiramente cool, introduzindo um novo tipo de combate para o seu confronto com o Undertaker, o Punjabi Prison Match! A expectativa do público por este combate foi tanta que o respectivo PPV, o Great American Bash, conseguiu vendas que de outro modo seriam impensáveis. As pessoas simplesmente precisavam de ver o The Great Khali a trucidar o Undertaker num combate feito à sua medida, mas infelizmente não tiveram essa oportunidade, já que um problema de saúde obrigou à substituição de Khali pelo Big Show. Escusado será dizer que a ausência de Khali tornou o combate numa tremenda desilusão, visto que para começar não fazia qualquer sentido ter dois lutadores a combater num gimmick match totalmente preparado para um outro. E claro, o Big Show é um wrestler com uma carreira assinalável, mas não é nenhum The Great Khali.

Nos tempos seguintes Khali continuou a deslumbrar o mundo do Wrestling, com vitórias fáceis sobre adversários de grande valia. Tal domínio não passou despercebido a Vince McMahon, que o considerou como a estrela que a nova ECW precisava para se impor nas audiências. Contudo, e após pouco mais de dois meses a brilhar na ECW, com o público completamente rendido à sua técnica apurada, ao seu carisma e sobretudo à sua coolness, Triple H lesiona-se com gravidade e torna-se necessário trazer uma nova vedeta para a Raw. Realisticamente falando, a escolha só podia ser o The Great Khali. Contudo, e se à partida poderia parecer bom para Khali chegar à brand principal da WWE, por esta altura já todos sabem que é lá que mora o verdadeiro coveiro do Wrestling, aquele que nos últimos tempos tem enterrado todos aqueles que lhe tiveram a infelicidade de aparecer à frente. Essa criatura vil, a quem o público português deu recentemente o tratamento por norma reservado a nazis pedófilos que cheiram mal dos pés, dá pelo nome ridículo de John Cena.

Se as alunas do grande arquitecto que queriam melhorar a nota sem estudar já sabiam o que as esperava, aliás que o diga a menina da Kookaï, também na Raw já todos os wrestlers sabem qual é o seu destino, e não se pode dizer que seja muito mais agradável. Khali não foi a excepção, tendo sido imediatamente colocado num feud com John Cena, o qual, no meio das vaias do público que não se sente sexualmente atraído por ele, tratou de vencer Khali por pin e submissão em poucos minutos. O costume para John Cena, portanto.

Felizmente o The Great Khali não se deixou abater por esta humilhação, já que bem vistas as coisas poucos restam hoje em dia na WWE que não tenham passado pelo mesmo. Mesmo sem o título que já merecia, Khali é sem dúvida um favorito do público, que sabe distinguir os verdadeiros campeões daqueles que são os equivalentes no mundo do Wrestling às boy bands que vendem milhões de discos e esgotam concertos sem saberem tocar nada para lá de uma campainha. Regressado à SmackDown, o The Great Khali prepara-se para voltar a ser a força avassaladora e über-cool que foi até ao flagelo Cena. E sinceramente, quantos wrestlers conhecem que sejam tão cool que nem sequer precisem saber falar inglês?