Hoje, em vez de vos trazer os resultados de mais um iMPACT! ou o cartaz de mais um Pay-Per-View, vou dar-vos a minha opinião sobre esta promoção que recentemente começou a ter maior exposição.
A NWA-TNA é uma promoção criada por Jerry Jarrett, em 2002. Com um sistema inovador de Pay-Per-Views semanais à quarta-feira, a NWA-TNA desde logo se afirmou como um dos maiores territórios da National Wrestling Alliance. Estrelas do circuito independente como AJ Styles, Ron Killings, Jerry Lynn, Christopher Daniels e Low-Ki ajudaram-na a destacar-se das demais.
Com o tempo, a TNA começou a produzir um programa de televisão semanal, o iMPACT!, ao mesmo que continuava o sistema semanal em canal pago. Em Novembro de 2004, surgiu o primeiro PPV de 3 horas: o Victory Road. Desde então, este sistema manteve-se. Entretanto, o programa semanal continuava a ser emitido na Fox Sports Net, entre as 15:00 e 16:00, num espaço pago pela própria companhia.
Só que os problemas chegaram em Maio do ano passado. A FSN abandonou a exposição do programa e a TNA, sem a alçada da NWA, que tinha abandonado no ano anterior, teve de fazer pela vida.
Apesar das dificuldades financeiras e da falta de exposição nacional, a Panda Energy manteve o seu investimento na TNA. E em Agosto foi anunciado um novo contrato televisivo: o lugar entre as 23:00 e as 0:00 de Sábado à noite na Spike TV, onde era anteriormente exibido o Velocity da WWE.
Entretanto, e enquanto não tinha contrato televisivo, a TNA aproveitou para fortalecer o seu plantel. Samoa Joe, Campeão de Pesos-Pesados da Ring Of Honor durante 21 meses, juntou-se à companhia; Rhino e Sabu foram contratados; Austin Aries e Roderick Strong, reconhecidíssimos no circuito independente, foram também contratados. A X Division foi fortalecida e ganhou grande credibilidade com clássicos como AJ Styles vs. Samoa Joe no Sacrifice ou AJ Styles vs. Samoa Joe vs. Christopher Daniels no Unbreakable.
Desde 1 de Outubro, data de estreia da companhia na Spike TV, que as coisas têm corrido bem: a audiência tem-se mantido constante, novas estrelas chegaram, nomeadamente Christian Cage (vindo directamente da WWE) e os antigos Dudley Boyz (agora Team 3D). E, está claro, Sting.
Samoa Joe afirmou-se como um dos maiores nomes da X Division, ao capturar o título, mantendo-se invicto. Houve sangue novo na parte superior do card, com Christian Cage a lutar contra Jeff Jarrett para o mês que vem, e o lendário Sting a não ficar, previsivelmente, fora destas contas. A divisão de Tag Team está animada, com os America's Most Wanted a revelarem-se como grandes heels, e um dos maiores talentos em termos de equipas.
Para o mês que vem vamos ter o Against All Odds, e não é de esperar nada menos do que um combate do outro mundo, porque os 3 que fizeram maravilhas no Unbreakable juntam-se novamente para mais acção da X Division. Christian Cage leva finalmente o push que há tanto esperava (e merecia). E muito mais virá.
Portanto, a TNA está no bom caminho. Mas nem tudo são rosas.
A TNA tem tido um aumento significativo de número de efectivos, que se começa a alargar em demasia para quem tem uma hora de exposição nacional por semana. E sobretudo, está a mostrar um cartão vermelho a quem lá está desde o início. Monty Brown continua a ser o eterno candidato ao título mundial em espera. Abyss vai pelo mesmo caminho. Raven foi colocado numa storyline ridícula e até mesmo irritante contra Larry Zbysko. Tudo isto enquanto outros, com meia dúzia de semanas de TNA, estão no evento principal de PPVs.
Na X Division há outro problema. São sempre os mesmos no topo (à la WCW). Chris Sabin, Alex Shelley, Matt Bentley, Austin Aries, Roderick Strong, Shocker, Sonjay Dutt, todos eles têm condições para maior exposição. Mas Shannon Moore, vindo do nada, está num feud com AJ Styles. E na luta pelo título são sempre os mesmos: AJ Styles, Christopher Daniels, Samoa Joe e, esporadicamente, Petey Williams. Em vez de levarem pushes, o primeiro grupo vê-se sistematicamente envolvido em combate de Tag Team de 6 homens, em chamados "thrown together matches", para preencher as 3 horas que os espectadores pagam.
Na divisão de tag team, os The Naturals, 3 vezes Campeões de Tag Team da NWA, foram completamente enterrados no pré-show dos PPVs. Uma equipa que viu o seu estatuto elevado por um feud com os AMW é agora atirada para jobs com lutadores que também nada mais têm que fazer.
Para além de tudo isto, a indisciplina começa a crescer, e atitudes recentes da direcção abriram precedentes. Falo em concreto das situações de Sean Waltman e Jeff Hardy. Por melhores que sejam no ringue, estes dois não têm qualquer noção de profissionalismo. Ambos falharam PPVs, e Hardy é até reincidente. No entanto, por causa do merchandise, mantiveram o emprego. Waltman já regressou, e com um papel relativamente importante, o que faz crer que o profissionalismo não é tido em conta no seio da TNA.
Em jeito de conclusão, e de acordo com o que acima referi, a TNA está na rota certa para uma vida longa e de sucesso. No entanto, há ainda algumas arestas por limar para que este dado seja assegurado. E reparem que não falo em competir com a WWE. Mas isso será mote para um outro artigo, que este já vai longo.