Blog Pro Wrestling Portugal: Um post sem vídeos é melhor que post nenhum



Um post sem vídeos é melhor que post nenhum

Tinha-vos prometido no meu próximo post publicar o combate Ian Rotten vs Mickie Knuckles, infelizmente, o meu Movie Player decidiu que agora já não lê alguns ficheiros e não consigo cortar isto com som. É pena, porque é um combate clássico entre estes 2, a história do legado do hardcore de Rotten a ser passado a uma gaja.

Mas aproveito este espaço para vos falar de outros assuntos, nomeadamente, o meu desencanto com a qualidade dos shows recentes da ROH, parece que a máquina está por demais enferrujada.
Quando comecei a ver ROH, nomeadamente, a ver shows de 2005, havia cards compactos, tínhamos CM Punk, Colt Cabana, Samoa Joe, James Gibson (Jamie Noble), Spanky (Brian Kendrick), Jimmy Rave, Homicide, Alex Shelley, Jay Lethal, que se juntavam aos Bryan Danielson, Austin Aries, Nigel McGuinness, etc.

Hoje que temos? Raios, hoje temos uma confusão! O roster tem qualidade, indiscutível, mas apesar de ser claramente menor, o booking também falha (Eu sou grande fã do Gabe, mas raios, há coisas que resultam miseravelmente).

Basta olhar para o ultimo PPV… Um miss completo! Albright vs Delirious e Richards vs Stevens falharam completamente enquanto pairings (E o segmento em que o Puder supostamente distrai o Stevens? Terrível!), um scramble match entretido, mas em que se continua sem perceber como é que o Jigsaw faz parte dos Vulture Squad, é ridículo em termos de kayfabe.

Pior mesmo, o 2/3 falls match entre os Briscoes e o duo dos NRC de Roderick Strong e Rocky Romero. Hypa-se os Briscoes a ganhar combates de 2/3 falls por 2-0 o ano todo para isto? Para levarem com uma Pinfall que ninguém come? Para além de mau booking, todo o combate em si foi sofrível, eu até não desgosto do estilo de combates de spots dos Briscoes em que não se corta propriamente o ringue a meio durante muito tempo para haver o babyface comback glorioso (que é feito demasiadas vezes, tirando cada vez mais a esse comeback a força que poderia ter), mas é quando se sente que os golpes são disputados, quando são minimamente originais, quando apesar de tudo, há um mínimo de relevância dado à venda dos mesmos. Aqui foi um miss completo.

E o Hero vs Claudio? Quantos combates tiveram estes 2 na ROH? Quantos é que foram bons? Eu sei que eles têm bons combates noutros sítios, mas o heelism do Hero na ROH não lhe permite ter propriamente combates mais técnicos e até com influências de Lucha que ele consegue tão bons com o Claudio (por exemplo, no King of England). É que por muito que o Hero heel tenha mais personalidade, na generalidade tem piores combates que o Hero face, e os bons que tem como heel nenhum foi contra o Castagnoli, porque é que se insiste então? Porque é que o raio da feud já dura à mais de um ano?

Isto dos combates a mais foi um dos problemas da ROH em 2007, roster demasiado fixo e montes de shows! Se o roster é sempre o mesmo e se há montes de shows o que é que acontece? Há combates demais (quantos NRC vs Resilience é que houve o ano passado?), os combates começam a perder importância, perder e ganhar torna-se secundário, de 7 combates ninguém se lembra quem ganhou 4 e quem é que só ganhou 3, quando aparecem gajos que não fazem parte do roster é para jobbar independentemente do talento que mostrem no ringue (Eddie Edwards e Bobby Fish… nenhum deles podia ter uma vitória que fosse?), é que isto parecendo que dar vitórias a gajos que não estão em todos os shows é desvalorizar o roster e por isso mau booking é discutível. Primeiro, torna as coisas por demais previsíveis (que é chato quando se está a ver um show), segundo, não se credibiliza os outsiders americanos, o que se fosse feito, tornaria os shows em que estes gajos caem de para-quedas muito mais entretidos, e até possibilitaria umas rivalidades meramente competitivas de interesse.

Homens como Ace Steel e Chad Collyer deviam ser bookados, podem não fazer 2436436 spots com head drops por match, mas são bons tecnicistas, davam um estilo mais old school a alguns combates (É que isto é como eram os PPVs da TNA, ao 3º ou 4º spotfest já não há paciência para mais).

Podia falar de muitas coisas, ressalvo apenas alguns pontos positivos dos últimos shows porque é chato só dizer mal:

- Aries vs Nigel, fenomenal, a forma como o Nigel usa o braço lesionado para dar uma emoção extra ao combate, as primeiras Lariats saem com o braço direito, e só em desespero é que dá tudo com as do lado esquerdo, Aries a atacar esse mesmo braço, o público dividido, o Aries a contra-atacar a Rebound Lariat… uma grande história que salvou o PPV

- Erick Stevens, a criação da ROH este ano, ganhou o FIP title derrotando Roderick Strong e no show seguinte defendeu o título contra Austin Aries, em 2 combates tremendos dos quais este powerhouse saiu como uma estrela

- Danielson vs Morishima, uma feud com cabeça, tronco e membros, em que a história se conta no ringue e segue de forma lógica durante os combates. Impressionante como uma feud sobre visão e testículos funciona tão bem. (Também achei giro que o Bryce Remsburg tenha arbitrado no PPV só para depois levar como o finisher do Morishima).

- Larry Swenney, apesar da fraqueza da feud entre Hero e Claudio, o certo é que os Sweet n’ Sour Inc. são a melhor coisa da ROH em termos de stables, e a actuação de Swenney é a chave, absolutamente incrível, e alguém destinado a marcar o negócio do wrestling. É que apesar de tudo, embora seja usado como manager na ROH, Swenney é também um wrestler bastante capacitado, sendo também ele uma criação da escola da CHIKARA e por isso um treinado de Mike Quackenbush. O resto dos S n’ S é também por demais bem conseguido, Bobby Dempsey é uma estrela por estes dias, Tank Toland é tremendo no seu pequeno papel.

- YRR, They are young, rich, and ready for action! Estes gajos na ROH rula, mas também lá está, no regresso do Sal Rinauro o gajo jobba para o Delirious, achei mal, mas no fim beija a Beck Beyless durante uns 35 segundos e amanda-a para o chão, isso já achei bem.

Gostava de poder dizer mais coisas boas, mas não consigo, até porque há outras coisas más que me incomodam enquanto a ver os shows que não foram mencionadas porque não quero fazer disto um artigo gigante.
Ps: saquei a maior parte dos shows mais recentes de PWG que estão disponíveis nos trackers, esperem reviews e vídeos disso nos próximos tempos.
Ps2: alguém que esteja interessado a comprar a meias dvds de IWA-MS e CHIKARA é favor contactar-me para uma reunião de negócios
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2 Comentários:

Em terça-feira, 25 março, 2008, Blogger Ricardo "Jay Lethal" Loja disse...

Eu gosto bastante do Claudio!

É um tecnicista, não um mat wrestler muito rispido como um Danielson, um Regal ou um Aries, mas um tecnicista, como dizer, menos sério, com sequências de holds e conter-holds a bom ritmo e que se tornam agradaveis de ver pela boa execução.

O Hero também é um bom mat wrestler, quando eles fazem um combate baseado nesses atrbutos, com pequenos acrescentos de Lucha que ambos foram ganhando por trabalhar com o Quackenbush e na CHIKARA, permite-lhes fazer dos melhores combates que se vão fazendo, basta ver o combate deles no Kings of Europe, 20/25 minutos que passam a correr e dá a sensação que o fim fo um pouco forçado e que podiam continuar por muito mais.

Esse é um dos problemas da ROH nos dias de hoje, as exigências do storylining por vezes impedem que os wrestlers tenham as melhores condições para fazer bons combates, é que com isto tudo, o Hero e o Claudio não têm nada de particular para contar nos seus combates derivado da story, e os combates acabam por tornar-se em 5 minutos de anticos heels do Hero e dos Sn'S (a parte boa do combate) e depois big move do Claudio, big move do Hero, big move do Claudio, alguns minutos de beatdown para um comeback terrivel do Claudio, por aí fora.

 
Em terça-feira, 25 março, 2008, Blogger Rafael "R.L.@" Arrais disse...

Concordo com o que dissteste no post, mas esqueceste a questão dos Age of the Fall. Considero-os uma das boas coisas da ROH em 2007. São visivelmente bons no ringue, visto que a dupla Jacobs/Black combina bem em combates. Necro Butcher é não só um senhor do Hardcore como também um excelente Brawler, o que já teve oportunidade de mostrar neste seu regresso aos rigues da ROH (infelizmente só apanhei o fim da Feud com a CZW, onde o Necro teve um papel activo...)
Para além da parte in ring, toda a gimmick é simplesmente genial. De uma originalidade tremenda e bem executada por todos os membros.

Ainda assim, tenho algumas reticencias em relação à feud com os Briscoes. Os ataques ao Mark e ao Jay pareceram-me um bocado "forçados". Criaram impacto, é certo, mas esperava algo diferente depois das sucessivas aparições de homem vestidos de preto a parar combates nas semanas antes da estreia dos AotF.

 

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