Era drogado, andava sempre pedrado, maltratava a minha mãe
Pobre velhinha, enrugada mirradinha, que só queria o meu bem
Bati no fundo, foi até ao fim do mundo, não chegava a ser um cão
Trabalho nada, vendi minha namorada, meu nome é Jeff Hardy

OK, o final não rima, mas isso também já daria muito trabalho. De qualquer modo, o importante aqui é que mais uma vez o Jeff Hardy arranjou problemas. Eu até compreendo que ele se tenha sentido mal por ter o seu mega-push interrompido pelo regresso do vadio do Cena, mas ainda assim continuava em alta junto dos fãs e deveria ser apenas questão de tempo até ter a honra de se render ao STFU, como tantos outros antes dele. Depois de mais esta imbecilidade, receio bem que o Jeff Hardy volte para o fundo do poço na WWE.

Falando desta Raw, que foi dedicada a recriar combates de WrestleManias passadas, tivemos o prazer de começar com Flair e Shawn Michaels a avançarem a sua storyline. É claro que não eram esperadas surpresas, o combate vai efectivamente acontecer e ainda não deve ser desta que o HBK volta a heel, mas uma vez mais estes dois veteranos mostraram como se deve falar ao microfone. Excelente segmento, e a parte em que o Shawn Michaels disse que ganhe quem ganhar terão o melhor combate da noite foi realmente uma óptima forma de criar ainda mais expectativa.

De seguida tivemos o Undertaker e o Mark Henry em novo casket match. Eu até aceito que seja bom pôr o Undertaker em alta e mostrá-lo a um público que talvez não veja a SmackDown, mas isto só vem provar uma vez mais que a divisão das brands tem os dias contados... É que além deste combate ainda tivemos Edge e CM Punk metidos ao barulho. Bom, mas não vale a pena pensar muito nisso. Também não gostei muito que o Taker tivesse vencido tão facilmente, já que isso a meu ver diminui um pouco a sua vitória na WrestleMania, onde teve muito mais trabalho. E o mesmo se aplica também à vitória do Triple H sobre o Kane. Enfim, tal como digo, convém pôr os main eventers da WM24 em alta.

Como castigo e dado que irá estar suspenso durante 60 dias, o Jeff Hardy foi obrigado a largar o título intercontinental (lembram-se dele) para o Chris Jericho. Decididamente o Jeff Hardy tem muito mais talento do que cabeça, que este foi sem dúvida o combate da noite. Quando muita gente (como eu) se pergunta o porquê do Hardy não ter uma title run, eis que é o próprio a dar-nos a resposta.

Por fim resta falar da pesagem para o combate entre Big Show e PBF. Não deixa de ser meio estranho ver um combate entre uma celebridade odiada pelo público de wrestling e um lutador essencialmente heel, mas acho que este segmento foi muito bem conseguido. O Floyd mostra ser fã de wrestling na forma como fala ao microfone e permite ao público dizer os “What?”, e sobretudo consegue realmente fazer-se odiado. Acho que o combate faria talvez mais sentido se fosse contra um favorito do público, tipo Rey Mysterio, mas confesso que estou curioso para ver o que vai sair daqui. E será impressão minha, ou um dos guarda-costas/amigos de ocasião do Mayweather é ainda maior que o próprio Big Show?

Ah, e uma palavra final para o Iron Sheik, que nesta fase da sua vida já mal consegue andar sem ajuda. Era um heel extraordinário e um dos lutadores mais carismáticos de todos os tempos. Às vezes dou por mim a desejar que fosse possível clonar o Eusébio para o ter a jogar no Benfica actualmente, e se pudesse fazer a mesma coisa com alguns lutadores, o Sheik seria sem dúvida um dos escolhidos.

Iran no. 1! Russia no. 1! USA? Ha, ptui!

Postado em 12 de março de 2008 às 9:59 da manhã. Pode deixar um comentário.
Se desejar, envie-nos um E-mail - PWP@LusoWrestling.com.