Blog Pro Wrestling Portugal: agosto 2007



Vira o disco e toca o mesmo

Publicado por Royce Gracie em 27 de agosto de 2007 às 7:03 da tarde.

Saudações, fadistas da minha terra.

Depois de dois SummerSlams construídos em torno de aparições do lendário Hulk Hogan, em combates contra Shawn Michaels e Randy Orton, a WWE escolheu este ano concentrar-se nos wrestlers actuais e sobretudo naqueles que regressavam de lesões. Não que pudesse ter feito a coisa de outra forma, já que a ponte Hogan foi sendo queimada ao longo do ano. Terminado o evento e analisados os combates, qualquer idiota pode ver claramente que o SummerSlam deste ano ficou léguas aquém dos últimos dois. Mas vamos por partes, como dizia o grande Hannibal Lecter. Que é como quem diz “Vamos falar dos combates um a um”.

No curtain jerker da noite tivemos o Kane a vencer o Finlay. A acção foi boa, teve momentos engraçados com o Little Bastard, enfim, o combate cumpriu as suas funções. É claro que não chegaram a explicar a razão dos dois estarem à porrada, e eu nestas coisas sou como o Obélix, mas também não estava à espera que o fizessem.

A seguir houve a bela da triple threat, com o Umaga a manter o cinto intercontinental contra Kennedy e Carlito. Aqui terá sido porventura o primeiro erro da noite... eu entendo que não saibam ao certo o que fazer com o título, mas se era para o Umaga o aguentar então não teria feito mais sentido que o pin fosse feito ao Carlito? Quando se ouve constantemente falar que o Kennedy está destinado a grandes voos, e quando temos o Carlito numa espécie de limbo desde há muitos meses, não teria sido mais lógico que fosse este último a fazer o job? Enfim, adiante.

No primeiro regresso da noite, o Rey “Surfista Prateado” Mysterio derrotou o Chavo Guerrero, como aliás já toda a gente esperava. Acho que o público não reagiu ao Rey como seria de esperar, talvez por ser pessoal mais afecto à Raw. Não sei se será essa a explicação, mas explica os grilos que se ouviram mais tarde no main event da SmackDown. O combate propriamente dito foi interessante, tanto quanto pode ser um cujo final já é conhecido há muito, mas para mim a pintura do Rey dava-lhe um aspecto deveras estranho. A vontade era dar uns toques de lado no monitor para ajeitar as cores.

Seguidamente tivemos a Victoria 2.0 (Beth Phoenix) a vencer o battle royal e com isso conquistar o direito a combater com a Candice Michelle para o título... se até lá a WWE não se esquecer dela, claro está. Custa-me um pouco a perceber é como é possível estarmos na eventualidade de ter um feud para o título entre Candice e Beth Phoenix, quando para mim as únicas lá que são championship material são a Mickie James e sobretudo a Melina. Enfim, suponho que sempre sirva para variar um pouco, e assim guarda-se a renovação do feud entre Mickie e Melina para alturas da WrestleMania 24.

O MVP anda aparentemente com problemas de coração, por isso enquanto o moço recupera a WWE tem de arranjar maneiras de o manter no ecrã sem ser a combater. Desta vez foi com um beer drinking contest, que naturalmente justificou mais uma cameo do Stone Cold. O homem aparece, deixa o US champ estendido com um stunner, bebe umas cervejas e volta para casa com mais uns dólares no bolso. Nada de novo, portanto, mas é sempre bom rever o Austin.

A seguir foi a ver do John Morrison defender com sucesso o título da ECW contra o CM Punk. Outra vez. Nem sequer se deram ao trabalho de arranjar alguma estipulação catita para o combate... simplesmente foi a repetição do que já vimos várias vezes antes, tanto em PPVs como nas emissões normais da ECW. E escusado será dizer que o tempo de antena foi irrisório, mas também já se sabia que a ECW não é propriamente a primeira prioridade da WWE.

Triple H regressa (sem a barba ridícula) e vence King Booker. Surpreendente? Pois, eu também achei. Sou fã do Trips e gostei de o ver de volta e em boa forma, mas é difícil uma pessoa entusiasmar-se por aí além com combates que já se sabe perfeitamente como vão acabar. Do mal o menos, o Trips ainda não lançou nenhum CD de rap.

No main event da SmackDown, a surpresa da noite: o The Great Khali aguentou o título contra o Batista. Sinceramente teria apostado bem forte em como iam tirar o título ao homem, mas por uma vez a WWE tomou a decisão correcta. Este combate veio confirmar a minha tese em como o público no pavilhão estava lá essencialmente pela Raw, que aqui a única vez que o pessoal se manifestou (fora em pops esporádicos a power moves do Batista) foi com um cântico de “boring”. Eu sei que o Khali nunca há-de estar over com grande parte da assistência, que não o perdoa por não fazer 6-1-9s ou 450 splashes, mas a apatia do povo ainda torna a coisa pior. Também não gostei muito de ver o Khali a fazer constantemente massagens nos ombros do Batista, mas fora isso o combate até foi aceitável. O final é que foi uma parvoíce pegada, pior só mesmo aquela de o Batista empurrar o Edge para dentro do ringue e perder ele por count out. Não sei é para onde vão depois disto, mas é possível que a ideia seja ser o Taker a tirar o cinto ao Khali. Fora os lesionados Edge e Taker acho que na SmackDown só o Batista é que tem estatuto para vencer o Khali, mas se a ideia fosse essa então teria feito todo o sentido que isso tivesse acontecido já ontem.

Para acabar a noite tivemos o main event da SmackDown. Para saberem o que achei leiam o report do house show de 9 de Junho, ou peguem nos meus comentários aos main events do Cena e substituam o nome do desgraçado de serviço por “Orton”. É sempre engraçado ver o público masculino a vaiar brutalmente o Cena, mas se o preço disso é vê-lo campeão vitalício, então é um preço demasiado caro para mim.

Perante tudo isto, podemos constatar facilmente a importância que o Hulk Hogan ainda tem no mundo do Wrestling. Nos dois últimos SummerSlams, ele foi de longe a atracção principal. Hoje já quase toda a gente se esqueceu dos outros combates nos cards, mas qualquer fã se lembra bem que há dois anos derrotou o Shawn Michaels e o ano passado venceu o Randy Orton. Este ano simplesmente não há nada que faça este SummerSlam memorável: todos os campeões mantiveram os seus títulos, não houve gimmick matches, não houve grandes spots... nada. O Trips e o Rey Mysterio regressaram à competição? Ainda bem, mas só isso não chega. Sem o Hogan (e sem imaginação por parte da WWE) este SummerSlam foi completamente banal, desinteressante e olvidável. Aconteceu porque estava marcado no calendário e teve mesmo de ser, mas foi pouco mais que um frete. E em termos de pops, querem comparar os do Trips, Rey, Cena, Batista e Stone Cold juntos contra o que o Hulkster teve o ano passado? Nem o pessoal que anda no Júlio a receber tratamentos de choques eléctricos seria louco a esse ponto.

Decididamente, nunca vai haver outro Hulk Hogan. O maior de todos os tempos.

A maior festa do verão

Publicado por Rafael "R.L.@" Arrais em 26 de agosto de 2007 às 9:13 da tarde.


SummerSlam, é tal como o seu slogan denuncia, "a maior festa do verão", o momento aguardado por fãs de wrestling por todo o mundo, durante o verão. O SummerSlam é o Pay-Per-View de Agosto da WWE, realizado por norma no último Domingo do mês.

O primeiro SummerSlam data de há 19 anos atrás. A edição de 1988 teve como grande atracção o combate de equipas onde Hulk Hogan e Randy "Macho Man" Savage derrotaram Ted diBiase e André the Giant. O SummerSlam teve durante os seus 19 anos grandes momentos que ficaram na história da WWE, mas chamo especial atenção para o SummerSlam do ano de 2004.

No dia 15 de Agosto de 2004 realizou-se no Air Canada Centre em Toronto, no Canadá, a edição 16 do SummerSlam. O evento principal foi um combate de singulares pelo World Heavyweight Championship. Chris Benoit defendia o seu título "em casa", frente a Randy Orton. Vinte minutos depois do inicio do combate, Orton aplica um RKO ao "Rabid Wolverine", conquistando o seu primeiro campeonato mundial e tornando-se, simultaneamente, o wrestler mais jovem de toda a história a vencer um campeonato mundial.

Três anos depois, em 2007, Randy Orton tem novamente a oportunidade de conquistar novamente um título mundial, desta vez contra o imparável campeão, John Cena, frente ao público de New Jersey. John Cena já mantêm o título consigo há praticamente 11 meses, desde Setembro do ano passado.

Desde que derrotou Edge, no Unforgiven, em um combate TLC, Cena está imparável, tendo enterrado vários nomes da federação, tornando-se num caso sério de popularidade, marcando para sempre o wrestling. Por muito que vários fãs ao redor do mundo reclamem, Cena goza de uma popularidade divina, e de uma força sobre-natural, que por muito estranho que pareça é sempre menosprezada por parte da WWE. Várias foram as vezes, que na Segunda-Feira a seguir a um Pay-Per-View, podia-se ver no site oficial da federação a imagem de Cena, com o título defendido com sucesso, com uma legenda que não corresponde à realidade, colocando sempre Cena numa posição Underdog. Será que amanhã o episódio voltará a repetir-se? Cena, enquanto Orton ganhava o título mundial em 2004, frente a Benoit, lutava pelo título dos Estados Unidos contra (King) Booker T.

Do outro lado da contenda, temos Randy Orton, um jovem promissor, descendente de um dos maiores nomes do wrestling de todos os tempos - Bob Orton. Orton é claramente o favorito do público de internet, tal como todos os outros adversários que Cena teve ao longo dos últimos 2 anos. Orton já mostrou que tem uma natural habilidade no ringue, sendo capaz de dar aos espectadores grandes combates de wrestling. A sua naturalidade com o microfone também é notória, fazendo deste um dos mais promissores wrestlers para o futuro. Mas será que tudo isso é suficiente para retirar o título a Cena? Correm neste preciso momento, vários rumores pelos principais sites de notícias e rumores internacionais que dão conta de que há uma mudança de títulos programada para o SummerSlam desta noite. Verdade ou não, seria sem duvida excelente voltar a poder ver esta imagem a tornar-se realidade:


Olhando para o resto do cartaz do evento, as perspectivas não são muito animadoras. Está marcado um combate entre duas verdadeiras "bestas", tal o seu tamanho - The Great Khali defenderá o World Heavyweight Championship (o mesmo que há três anos atrás encontrava-se nas mãos do talentoso Benoit...) contra Batista, num combate sem grande interesse que será por certo péssimo. O vocalista dos Doors defenderá o título da ECW frente ao Straight Edge CM Punk, num combate que poderá ser um dos pontos altos da noite. Umaga defenderá o título Intercontinental frente a Carlito e Mr. Kennedy. Esperamos que seja Kennedy a levar para casa o título secundário do RAW.

Deixando as defesas de título de lado, temos dois regressos que marcam a edição deste ano do SummerSlam. Triple H regressará aos ringues num combate contra Booker T, e Rey Mysterio combaterá contra Chavo Guerrero. Será certamente agradável voltar a ver os dois lutadores a combater em um ringue da WWE.

O verão é sempre um mau período para os fãs de wrestling

Publicado por Rafael "R.L.@" Arrais em 15 de agosto de 2007 às 2:55 da tarde.


O verão é sempre um mau período para os fãs de wrestling. Na federação que domina o negócio a nível mundial, WWE, assistimos durante os últimos anos a períodos onde a criatividade e a introdução de novas rivalidades praticamente cessa na época do ano de mais calor no hemisfério norte. Assim que o pós-WrestleMania acaba, os fãs só têm esperança de voltar a ver wrestling de qualidade por alturas do SummerSlam, já no final do verão. É assim praticamente todos os anos, desde há muito tempo.

Este ano, as coisas parecem ainda piores para o lado de Vince McMahon. Vendo-se obrigado a afastar-se de um dos maiores escândalos do ramo de todos os tempos, o caso Benoit, McMahon abandonou alguns planos que tinha em mente para o verão, aplicou várias restrições aos combates e conduta dos seus wrestlers, o que aliado ao facto de o actual Main Event não ser capaz de levar a empresa às costas, afunda a WWE num dos maiores períodos negros que a federação já viveu.

Do outro lado, temos a TNA, uma federação que pretende ser a alternativa à WWE. A TNA está longe de ser o que foi há alguns meses atrás, uma empresa diferente, preocupada com os wrestlers do plantel, preocupada com o rumo das storylines, e que tentava destacar-se da concorrência apresentando a sua maior arma na melhor condição possível – A X Division.

Longe estão os tempos em que as atenções do mundo do wrestling centravam-se para os confrontos pelo título da X Division, pelas batalhas épicas entre os melhores lutadores do género... Longe está, de igual forma, o tempo em que era realizado um campeonato mundial anual, que agradava a todos com combates fenomenais que opunha estrelas dos quatro cantos do mundo. Este ano, tudo mudou na TNA.

Deixamos de ter qualquer referencia à World X Cup, uma tradição anual, e ao invés disso, havia praticamente todas as semanas, notícias na imprensa internacional de wrestling que davam conta de vários rumores de contratações por parte da TNA. Outrora, a TNA ia buscar às federações indy wrestlers para ocupar as camadas mais baixas do roster, fazendo-os progredir na federação pouco a pouco. Era de igual forma notória a atenção especial que a TNA dava a importância de fazer boas contratações para a X Division.

Actualmente deixamos de ter isso. Se antes interessava o talento e potencial do wrestler a contratar, actualmente interessa apenas se o wreslter é conhecido pelo público. E o conhecimento do público é sinónimo de um factor: já ter feito parte do roster da WWE. Como tal, contrata-se o “lixo” da federação rival, na tentativa, ainda que frustrada, de fazer-se passar por companhia de topo, com os nomes sonantes da industria na empresa.

Olhando para o presente estado e para as contratações mais recentes, podemos observar um panorama imenso de más contratações. Começando pelos Bashams Brothers, que deram-se a conhecer na TNA pelo nome de Basham e Damaja. Os Bashams tiveram os seus 15 minutos de fama na WWE, conquistando por 2 vezes os títulos de tag team na federação. Foram contratados para ajudar Christy Hemme na feud contra os VKM, aparecendo por várias vezes nos últimos PPVs. É visível que ambos os wrestlers possuem talento, fazem o seu papel no ringue, mas ficam as perguntas no ar: se não estivessem na WWE anteriormente, teriam tido uma oportunidade na TNA? Não seria preferível apostar numa tag team vinda das indys para ocupar o respectivo lugar?

“Black Reign” Dustin Rhodes estreou-se em ringue no Hard Justice, num combate onde esmagou por completo Chris Harris. Dustin Rhodes já deu provas suficientes através dos seus alter-egos de que é um wrestler com qualidade, seguramente uma herança de família. Mas até que ponto é justificável que um wrestler vindo de fora aniquile por completo, na sua estreia, um wrestler que já está com a TNA desde o primeiro dia, e que, ao que consta, participou no Main Event do Slammiversary, onde poderia ter conquistada o título principal da federação?

Adam “Pacman” Jones, Cornerback dos Tennessee Titans junta-se às recentes contratações da TNA. Pacman está actualmente suspenso da NFL, por má conduta fora do campo, e faz parte de um acordo entre a TNA e a equipa de futebol americano. Tal acordo diz, segundo rumores, que a participação de Pacman na TNA não poderá exigir do atleta nada “físico”, ou seja, Pacman Jones não poderá participar de nenhum combate. É certo que a sua contratação chama atenção de pessoas que não vêm wrestling regularmente para a TNA, mas numa federação em que é conhecido e reconhecido os problemas com o extenso roster para apenas 45 minutos de exibição semanal, será ético para os lutadores ver o seu tempo de antena tomado por um estranho ao negócio?

Andrew Martin, mais conhecido por Test, é possivelmente a pior contratação dos últimos tempos. Test saiu da WWE no inicio do ano, por razões que não foram completamente explicadas. Cumprido o período obrigatório que impede um wrestler de combater em outra federação, depois da saída da WWE, Test assinou pela TNA, aparecendo do nada em um iMPACT!, ajudando Abyss e Sting a obter a vitória. Para juntar à fraca qualidade de Test, temos ainda o facto de ter aparecido na TNA sem qualquer motivo aparente, deixando transparecer o principal motivo da sua contratação: “elevar” o nome da TNA como federação com grandes nomes do negócio. Objectivo frustrado...

Como tudo na vida, há também o lado positivo. Há também boas contratações. Temos o caso de Tomko que veio juntar-se a Christian Cage há alguns meses atrás. Companheiros desde o tempo da WWE, Tomko desempenha o papel de Enforcer como ninguém. Uma boa adição ao roster da TNA, embora certamente esteja atravessada ainda garganta de vários fãs ao redor do mundo, o pinfall que executou sobre Samoa Joe no iMPACT! anterior ao Destination X 2007. Joe até então só havia sido derrotado por Kurt Angle. Outra boa contratação realizada recentemente foi a de Nikki Roxx, uma wrestler feminina com qualidade, que já combateu na Shimmer. Na TNA, Nikki Roxx passou a ser conhecida como Roxy Laveaux, aliando-se aos Voodoo Kin Mafia

Por fim, resta concluir dizendo que é aconselhável que a TNA reveja os critérios que utiliza para contratar novos lutadores. É também importante rezar para que alguns rumores que dão conta de novas contratações, da mesma linhagem das descritas acima, não passem de rumores...

Isto, aquilo e a outra coisa

Publicado por Royce Gracie em 6 de agosto de 2007 às 12:40 da manhã.

Saudações, fadistas da minha terra.

A marca de um bom cronista é assegurar a cada semana uma crónica de qualidade elevada. A marca de um cronista médio é conseguir escrever uma crónica por semana, independentemente da qualidade. E depois há os outros cronistas, aqueles que deixam trivialidades como o trabalho, as responsabilidades e as bebedeiras intrometerem-se no seu dever semanal. Escusado será dizer em qual das categorias me enquadro.

Até aqui tenho optado por me centrar num tema da actualidade do mundo do Wrestling, mas hoje, tendo em conta que se passou tanto tempo desde a minha única crónica, sinto-me na obrigação de cobrir um espectro mais vasto de questões que se me têm deparado no fórum. Quem achar que isto é uma forma de me esquivar depois de uma quinzena em que não aconteceu praticamente nada de novo pode dar uma palmadinha nas suas próprias costas. Acertou em cheio.

Começo por abordar a crónica do wwb, que tanta celeuma levantou. Tal como tive oportunidade de dizer na altura, respeito a opinião expressa, mas isso não quer dizer que concorde com ela. O Nitro (agora Morrison) é para mim um dos wrestlers mais promissores com que a WWE conta actualmente. É certo que as mic skills do homem estão longe de estar apuradas, mas consegue ter uma boa imagem e uma prestação muito competente no ringue. A ideia é que ele venha a ser um novo Edge, o que convenhamos não é nada fácil, mas ainda que não chegue a esse nível acho que o Morrison tem bastante potencial. Sobretudo este feud com o CM Punk pode servir para elevar os dois e dar maior visibilidade à ECW, que tão mal tratada tem sido desde o seu renascimento. Continuo a dizer que não sou fã do Punk (NÃO BEBE!!!), mas é inegável que o público está com ele, e compreendo que se dê ao público o que ele quer. Desde que não seja durante 11 meses seguidos, claro está.

De seguida passo ao caso do assassino canadiano, que no fórum foi incluído numa sondagem para determinar o wrestler favorito proveniente do Canadá. Eu por norma orgulho-me de ser uma pessoa que consegue separar o profissional do ser humano (e sabe Santa Eliza Dushku que tenho tão pouco de que me orgulhar...), mas aqui por mais que tente simplesmente não consigo. O que esse filho da p*** fez é para mim algo de imperdoável, e agora dou por mim sem conseguir olhar para um combate dele e abstrair-me do facto de que ele matou com as próprias mãos a mulher e o filho de 7 anos. Matar alguém é o maior crime que existe, é tirar a essa pessoa tudo o que tem e todo o seu futuro, mas quando falamos de uma mulher e de uma criança a coisa assume proporções ainda mais dantescas. No meio disto tudo até quase tenho pena que o assassino se tenha suicidado a seguir, que gostava de o ver tentar o que fez contra alguém que efectivamente se pudesse defender. Enfim, se realmente existe um inferno, por certo que esse filho de uma cadela está agora a arder nele.

Passando a coisas infinitamente melhores, o The Great Khali continua a mostrar na SmackDown aquilo que um verdadeiro campeão deve ser. Depois de demonstrar os seus dotes de dançarino na celebração do título (e para quem acha que ele dançou mal, lembro que o Maddox diz que dançar é a coisa mais estúpida que a humanidade inventou) o The Great Khali tem andado nos house shows a fazer combates de tag team contra o Batista no main event. A suposta razão para isto é que os combates individuais entre Khali e Batista são tão maus que a WWE acha que nem nos house shows os deve arriscar, com medo de um motim e subsequente banho de sangue. Tendo em conta que no SummerSlam (o segundo PPV mais importante do ano) o combate anunciado para o título da SmackDown é justamente Khali vs Batista, até o sodomita mais empedernido tem de admitir que ninguém como o The Great Khali consegue criar tanta expectativa para um combate.

Fugindo agora um pouco ao Wrestling, chegámos finalmente àquela altura do ano que os cientistas chamam de “Verão”. Nestes meses é inevitável ouvirmos a mesma lengalenga de sempre sobre o álcool na estrada, o excesso da exposição ao sol, o novo corte de cabelo do Mantorras, etc. Pois eu venho aqui apelar a todos que continuem a consumir vinho português, mesmo no Verão, que com isso estamos a ajudar os nossos agricultores e a economia portuguesa no geral. Eu tenho medo desta nova geração que só bebe sumos americanizados, que não ouve fado e que muitas vezes nem sequer segue futebol. São estes espécimes que vão mandar no país daqui a uns anos? Talvez por isso o Saramago anteveja a anexação de Portugal por Espanha... A sério, ser português não são só vantagens, há também responsabilidades, e uma delas (porventura a primeira) é não deixar o nível de álcool no sangue baixar de um certo valor. Só andamos neste mortal coil uma vez, pessoal, e já dizia o meu tio que não há coisa pior na vida do que morrer saudável. Se um dia teremos que enfrentar o ceifeiro, então é nossa obrigação garantir que deixamos um cadáver o mais destruído possível. Eu faço a minha parte, e vocês?

PS – O título desta crónica é obviamente uma homenagem a uma citação dita por uma das moças mais larocas que alguma vez agraciou os ecrãs da televisão. O primeiro a identificá-la ganha uma doação em seu nome ao Fundo Humano.