WWE Smackdown! Tour - Memórias a quente
				Tendo este Smackdown! sido um show muito especial, permitam-me que partilhe convosco alguns (muitos) pensamentos a quente, vindos de quem esteve no Pavilhão Atlântico num 5 de Dezembro frio e chuvoso, e que de lá saiu com um sorrisinho infantil de satisfação e saudade.
Penso que a grande curiosidade de entrada foi o ringue. Esse afinal é o centro das atenções do espectáculo. Pareceu-me mais pequeno do que estava à espera, mas depois entendi que tal era um erro de escala, que corrigi quando este foi ocupado. Senti a falta da mesa dos comentadores, e a zona de entrada era muito pobre, mas enfim; afinal isto é "apenas" um house show...
O Battle Royal a abrir com quase todos os envolvidos no espectáculo pareceu-me uma boa ideia, porque deu a possibilidade de deixar o público desde logo expressar-se quanto aos seus favoritos. O seu final foi também bem delineado, porque não me tinha apercebido que Finlay não tinha sido eliminado, e pensei mesmo que Kane tinha ganho (pela reacção, suponho que essa tenha sido a sensação geral do público).
O combate de Divas acabou por ser suportável, talvez derivado da própria situação. Pareceu-me, àquela distância, assustadora a maneira como Jillian se parece com Trish Stratus. Soube muito bem colocar o público interessado, mostrou-se segura e confiante, e tem tudo para vir a ser um grande nome na tão pobre divisão feminina da WWE. Já Layla... Bom, passemos à frente.
Confesso a minha admiração especial pelos Campeões de equipas da WWE. London & Kendrick têm uma entrada fantática, a que o público não ficou indiferente, e um estilo no ringue que os torna únicos. A equipa foi muito bem complementada por Flash Funk, que ninguém conhecia, mas com aguns passos de break dance (pelo menos suponho que era isso) conquistou o público. Quanto à outra equipa, achei incrível o ódio que os portugueses têm a Chavo Guerrero. Esta stroyline envolvendo o nome de Eddie não fica nada bem, e hoje tive a confirmação de algo que já pensei no início de tudo. Chavo, ao envolver-se nisto, pode estar a subir nos rankings da WWE, mas está genuinamente a fazer com que o público o deteste. Deteste a ele, enquanto wrestler, mas também indirectamente a si, enquanto pessoa, por permitir este sem sentido. E esta antipatia poderá ser irreversível, e nociva a longo prazo para a sua carreira. Mas quanto ao essencial, gostei bastante deste combate, e os estilos dissonantes envolidos criaram mesmo momentos incríveis de acção. Na minha opinião, foi o melhor combate da noite, talvez ombreado pelo seguinte.
O Triple Threat valeu pelas manobras do Campeão Helms e de Jimmy Wang Yang. Funaki aparece no quadro para perder, e porque a divisão Cruiserweight da WWE está mesmo pelas ruas da amargura. E isso é uma pena, porque na WWE há excelentes wrestlers nessa categoria de peso. Só que Helms está a ser promovido como Campeão intocável, e isso poderá ser perigoso, uma vez que mais ninguém parece à altura de o desafiar.
O combate de Benoit, para mim, foi a desilusão da noite. Não pelo combate em si - Tatanka fez a única coisa que consegue fazer, que é mascarar as suas deficiências no ringue com um wreslting mastigado, pausado, e manobras típicas de heel, e Benoit foi simplesmente Benoit, ou seja, batalhou imenso, mas conseguiu a vitória. A grande desilusão foi mesmo Benoit em si, no seu comportamento. Aquele apoio massivo do público, que já se tinha notado no Battle Royal (foi o mais apoiado), aqueles cânticos constantes, e Benoit permanecendo sempre quieto, desintressado, sem dar mostras de grande envolvimento com o público. Pode dizer-se que ele é simplesmente assim, que faz parte do seu estilo intenso durante o combate estar tão concentrado que quase nem nota que existe uma audiência. Talvez seja, não disputo isso, apesar de poder contra-argumentar que nem ao entrar, nem ao sair vi grandes mostras de interesse por estar cá. Nem quero criticar aquele que é, talvez, o melhor da actualidade no Smackdown!. Apenas me caiu muito mal o que me pareceu ser falta de reciprocidade do canadiano ao entusiasmo do público.
Mas se isso me surpreendeu pela negativa, Sylvan e Vito surpreenderam-me e muito pela positiva. Lá está, o combate dos dois, surpreendentemente, nem foi mau. Mas o que me deixou estupefacto oi a interacção fantástica com o público, cada um à sua maneira. A Sylvan bastou falar francês para deixar o público contra si, e dar aso ao primeiro momento nacionalista da noite, com vários gritos de "Portugal". Já sobre Vito... bom digamos que nunca pensei que em Portugal, país de machos latinos, um homem de vestido pudesse ser tão famoso (não que haja algo errado nisso). Vito teve uma interacção fantástica com o público, puxando muito pela voz da audiência, dando pleno uso ao vestido como forma de interessar as pessoas no que se passava dentro do ringue. Fantástico, de facto. Apenas tive pena do final. O pin de Sylvan pareceu-me um pouco "acto falhado", pois creio que ele pretendia colocar os pés nas cordas, mas não acertou bem.
O combate handicap de Kane fez surgir uma palavra na minha cabeça - Undertaker. Sinceramente pensei que era possível, que ele ia aparecer, que magicamente utilizando os seus poderes de Morto se teletransportaria para Portugal e viria ajudar o seu "irmão" em situação tão injusta. Mas não, não veio, e Kane desembaraçou-se bem sozinho. Demasiado bem, na minha opinião. Que interesse tem ver os Brothers of Destruction contra MVP e Kennedy, ou mesmo os encontros singulares entre estes, se Kane sozinho dá conta dos dois?... Mas lembremo-nos, é "só" um house show... Vamos falar baixinho e não contar a ninguém, e a WWE continua a história, pelo emnos até ao Armageddon...
Saiu deste combate o momento mais hilariante da noite. Mr. Kennedy pretendia fazer a sua apresentação habitual, fazendo o seu gesto para recolher o microfone que desceria do tecto. Porém, ele não existia... Então, Kennedy ficou naquela posição de mão extendida, o que levou Tony Chimel prontamente a colocar-lhe o seu microfone na mão. Mr. Kennedy é, aliás, um fenómeno interessante de popularidade. Ele pode insultar-nos, mostrar-nos o dedo do meio, até perder os combates, porque nada disso o impede de ser extremamente popular. O seu carisma levou a que toda a gente grite o seu nome em uníssono, apesar deste pedir expressamente silêncio. Ele o diz, e não duvido: Kennedy é o futuro da empresa.
De destacar ainda que Kane obteve uma excelente reacção do público tambem, e MVP é profundamente detestado pelos portugueses.
O Main Event foi basicamente o que se esperava. A entrada de Batista foi o delírio completo. O arraque do combate teve um momento quente em que Finlay exibe uma bandeira irlandesa, levando a que Batista responda com a bandeira portuguesa, para regozijo do público. Finlay foi o mestre do wrestling técnico que todos reconhecem que é, ao atacar preferencialmente uma parte do corpo do adversário, no caso um braço, e permanecer nessa parte até ao fim. A interferência de Regal e Taylor foi um bom toque, pois ainda não tinha havido nenhuma. Mas o que agarrou o público foram as ressurgências de Batista, que parece entender perfeitamente quais os momentos para voltar ao controlo do combate, e assim "manipular" o público para obter uma melhor reacção.
Confesso que nunca fui grande fã de Batista. Ele representa tudo o que detesto acerca de uma certa tipificação de wrestler estilo WWE. Mas o Campeão hoje impressionou-me. Gostei da maneira como "vendeu" as lesões adquiridas durante o combate, pois já depois da campainha soar continuou a coxear e agarrado ao braço, não esquecendo o sucedido minutos antes, e mantendo essa postura até que o próprio público já se tinha esquecido.
E, sobretudo, achei que Batista agiu como um verdadeiro Campeão. Ser Campeão é ser a cara da empresa, o nome maior no desporto. Para nós, que apenas vemos na televisão, parece que a técnica apurada aos olhos da câmara que ali está, junto ao ringue, é tudo quanto importa. Mas ver um espectáculo ao vivo é mesmo outra coisa. E a mim esta experiência ensinou-me a dar muito valor a pequenas outras coisas, como o comportamento e a interacção da audiência com o Animal antes, durante e depois do combate. Sente-se e reconhece-se em Batista um Campeão, um líder, alguém melhor e amior que os outros. Penso que a homenagem final a Eddie Guerrero foi a cereja em cima do bolo numa actuação em grande de Batista. Foi, para mim, uma agradável surpresa.
Portanto, e em suma, continuo a achar que Chris Benoit é melhor que Batista, e a relação é a mesma entre os estilos de wrestling que representam. Mas acho que fiquei a entender melhor porque é que Batista é o Campeão do Mundo, porque é que John Cena ainda é campeão da WWE(no fundo, as razões são as mesmas), e porque é que HHH esteve tanto tempo com tantos títulos, criou estrelas e fez nascer lendas.
Para resumir a informação anterior, quanto a maiores Pops e Heat:
Maior Pop:
- Batista
- Chris Benoit
- Kane
Maior Heat:
- Chavo Guerrero
- Finlay
- Sylvan
Mas tudo isto são racionalizações a posteriori. No essencial, aquilo que ficou foi uma experiência fantástica. Vejo wrestling há pelo menos 14 anos, desde que passava na RTP1. Foi também por essa altura que a WWE cá esteve pela última vez, num espectáculo a que não assisti. Portanto, hoje foi a minha primeira vez num evento do desporto (porque sim, é um desporto) que adoro, mas não será a última, pois já em Junho teremos cá o Raw.
E isto leva-me a pensar no que foi que trouxe estas oportunidades todas. Muitas pessoas conhecem pequenos movimentos com os quais se identificam em várias áreas - os escritores obscuros, as bandas de garagem, os filmes de culto. Quando esses se tornam objecto da atenção do grande público, muitas vezes os fãs originais sentem-se traídos, acham que aqueles de quem gostavam se tornaram "comerciais", e custa-lhes admitir que existam mais pessoas que gostam daquilo que também eles gostam. Eu sou um fã "original" de wreslting, pois penso que 14 anos de combates memorizados, e vedetas que não esqueço, já são bastante. Mas não me sinto minimamente mal com a actual vaga de wrestling que nos cobre. Sim, o wrestling em Portugal hoje é uma moda, e uma moda que com toda a certeza irá passar. Muitas pessoas, algumas muito novas, que hoje acompanham o espectáculo, não tarda já nem se lembrarão que ele existe. É um pouco como tudo o resto na vida. Mas o facto de essas pessoas hoje gostarem do que eu gosto é aquilo que me trouxe todas estas oportunidades únicas, de ter wrestling na televisão, de ver wrestling ao vivo, de poder ler jornais de referêcia e encontrar páginas dedicadas ao wrestling. Se são fãs a sério ou apenas "posers", sinceramente não me importa. Fico feliz por o wrestling em Portugal ter deixado de ser uma coisa pequenina de Internet, e passado a ser uma forma massificada de entretenimento. Se assim não tivesse sido, a WWE nunca teria vindo a Portugal, e hoje não estaria aqui tão feliz quanto estou por ter assistido a este espectáculo maravilhoso.
		Penso que a grande curiosidade de entrada foi o ringue. Esse afinal é o centro das atenções do espectáculo. Pareceu-me mais pequeno do que estava à espera, mas depois entendi que tal era um erro de escala, que corrigi quando este foi ocupado. Senti a falta da mesa dos comentadores, e a zona de entrada era muito pobre, mas enfim; afinal isto é "apenas" um house show...
O Battle Royal a abrir com quase todos os envolvidos no espectáculo pareceu-me uma boa ideia, porque deu a possibilidade de deixar o público desde logo expressar-se quanto aos seus favoritos. O seu final foi também bem delineado, porque não me tinha apercebido que Finlay não tinha sido eliminado, e pensei mesmo que Kane tinha ganho (pela reacção, suponho que essa tenha sido a sensação geral do público).
O combate de Divas acabou por ser suportável, talvez derivado da própria situação. Pareceu-me, àquela distância, assustadora a maneira como Jillian se parece com Trish Stratus. Soube muito bem colocar o público interessado, mostrou-se segura e confiante, e tem tudo para vir a ser um grande nome na tão pobre divisão feminina da WWE. Já Layla... Bom, passemos à frente.
Confesso a minha admiração especial pelos Campeões de equipas da WWE. London & Kendrick têm uma entrada fantática, a que o público não ficou indiferente, e um estilo no ringue que os torna únicos. A equipa foi muito bem complementada por Flash Funk, que ninguém conhecia, mas com aguns passos de break dance (pelo menos suponho que era isso) conquistou o público. Quanto à outra equipa, achei incrível o ódio que os portugueses têm a Chavo Guerrero. Esta stroyline envolvendo o nome de Eddie não fica nada bem, e hoje tive a confirmação de algo que já pensei no início de tudo. Chavo, ao envolver-se nisto, pode estar a subir nos rankings da WWE, mas está genuinamente a fazer com que o público o deteste. Deteste a ele, enquanto wrestler, mas também indirectamente a si, enquanto pessoa, por permitir este sem sentido. E esta antipatia poderá ser irreversível, e nociva a longo prazo para a sua carreira. Mas quanto ao essencial, gostei bastante deste combate, e os estilos dissonantes envolidos criaram mesmo momentos incríveis de acção. Na minha opinião, foi o melhor combate da noite, talvez ombreado pelo seguinte.
O Triple Threat valeu pelas manobras do Campeão Helms e de Jimmy Wang Yang. Funaki aparece no quadro para perder, e porque a divisão Cruiserweight da WWE está mesmo pelas ruas da amargura. E isso é uma pena, porque na WWE há excelentes wrestlers nessa categoria de peso. Só que Helms está a ser promovido como Campeão intocável, e isso poderá ser perigoso, uma vez que mais ninguém parece à altura de o desafiar.
O combate de Benoit, para mim, foi a desilusão da noite. Não pelo combate em si - Tatanka fez a única coisa que consegue fazer, que é mascarar as suas deficiências no ringue com um wreslting mastigado, pausado, e manobras típicas de heel, e Benoit foi simplesmente Benoit, ou seja, batalhou imenso, mas conseguiu a vitória. A grande desilusão foi mesmo Benoit em si, no seu comportamento. Aquele apoio massivo do público, que já se tinha notado no Battle Royal (foi o mais apoiado), aqueles cânticos constantes, e Benoit permanecendo sempre quieto, desintressado, sem dar mostras de grande envolvimento com o público. Pode dizer-se que ele é simplesmente assim, que faz parte do seu estilo intenso durante o combate estar tão concentrado que quase nem nota que existe uma audiência. Talvez seja, não disputo isso, apesar de poder contra-argumentar que nem ao entrar, nem ao sair vi grandes mostras de interesse por estar cá. Nem quero criticar aquele que é, talvez, o melhor da actualidade no Smackdown!. Apenas me caiu muito mal o que me pareceu ser falta de reciprocidade do canadiano ao entusiasmo do público.
Mas se isso me surpreendeu pela negativa, Sylvan e Vito surpreenderam-me e muito pela positiva. Lá está, o combate dos dois, surpreendentemente, nem foi mau. Mas o que me deixou estupefacto oi a interacção fantástica com o público, cada um à sua maneira. A Sylvan bastou falar francês para deixar o público contra si, e dar aso ao primeiro momento nacionalista da noite, com vários gritos de "Portugal". Já sobre Vito... bom digamos que nunca pensei que em Portugal, país de machos latinos, um homem de vestido pudesse ser tão famoso (não que haja algo errado nisso). Vito teve uma interacção fantástica com o público, puxando muito pela voz da audiência, dando pleno uso ao vestido como forma de interessar as pessoas no que se passava dentro do ringue. Fantástico, de facto. Apenas tive pena do final. O pin de Sylvan pareceu-me um pouco "acto falhado", pois creio que ele pretendia colocar os pés nas cordas, mas não acertou bem.
O combate handicap de Kane fez surgir uma palavra na minha cabeça - Undertaker. Sinceramente pensei que era possível, que ele ia aparecer, que magicamente utilizando os seus poderes de Morto se teletransportaria para Portugal e viria ajudar o seu "irmão" em situação tão injusta. Mas não, não veio, e Kane desembaraçou-se bem sozinho. Demasiado bem, na minha opinião. Que interesse tem ver os Brothers of Destruction contra MVP e Kennedy, ou mesmo os encontros singulares entre estes, se Kane sozinho dá conta dos dois?... Mas lembremo-nos, é "só" um house show... Vamos falar baixinho e não contar a ninguém, e a WWE continua a história, pelo emnos até ao Armageddon...
Saiu deste combate o momento mais hilariante da noite. Mr. Kennedy pretendia fazer a sua apresentação habitual, fazendo o seu gesto para recolher o microfone que desceria do tecto. Porém, ele não existia... Então, Kennedy ficou naquela posição de mão extendida, o que levou Tony Chimel prontamente a colocar-lhe o seu microfone na mão. Mr. Kennedy é, aliás, um fenómeno interessante de popularidade. Ele pode insultar-nos, mostrar-nos o dedo do meio, até perder os combates, porque nada disso o impede de ser extremamente popular. O seu carisma levou a que toda a gente grite o seu nome em uníssono, apesar deste pedir expressamente silêncio. Ele o diz, e não duvido: Kennedy é o futuro da empresa.
De destacar ainda que Kane obteve uma excelente reacção do público tambem, e MVP é profundamente detestado pelos portugueses.
O Main Event foi basicamente o que se esperava. A entrada de Batista foi o delírio completo. O arraque do combate teve um momento quente em que Finlay exibe uma bandeira irlandesa, levando a que Batista responda com a bandeira portuguesa, para regozijo do público. Finlay foi o mestre do wrestling técnico que todos reconhecem que é, ao atacar preferencialmente uma parte do corpo do adversário, no caso um braço, e permanecer nessa parte até ao fim. A interferência de Regal e Taylor foi um bom toque, pois ainda não tinha havido nenhuma. Mas o que agarrou o público foram as ressurgências de Batista, que parece entender perfeitamente quais os momentos para voltar ao controlo do combate, e assim "manipular" o público para obter uma melhor reacção.
Confesso que nunca fui grande fã de Batista. Ele representa tudo o que detesto acerca de uma certa tipificação de wrestler estilo WWE. Mas o Campeão hoje impressionou-me. Gostei da maneira como "vendeu" as lesões adquiridas durante o combate, pois já depois da campainha soar continuou a coxear e agarrado ao braço, não esquecendo o sucedido minutos antes, e mantendo essa postura até que o próprio público já se tinha esquecido.
E, sobretudo, achei que Batista agiu como um verdadeiro Campeão. Ser Campeão é ser a cara da empresa, o nome maior no desporto. Para nós, que apenas vemos na televisão, parece que a técnica apurada aos olhos da câmara que ali está, junto ao ringue, é tudo quanto importa. Mas ver um espectáculo ao vivo é mesmo outra coisa. E a mim esta experiência ensinou-me a dar muito valor a pequenas outras coisas, como o comportamento e a interacção da audiência com o Animal antes, durante e depois do combate. Sente-se e reconhece-se em Batista um Campeão, um líder, alguém melhor e amior que os outros. Penso que a homenagem final a Eddie Guerrero foi a cereja em cima do bolo numa actuação em grande de Batista. Foi, para mim, uma agradável surpresa.
Portanto, e em suma, continuo a achar que Chris Benoit é melhor que Batista, e a relação é a mesma entre os estilos de wrestling que representam. Mas acho que fiquei a entender melhor porque é que Batista é o Campeão do Mundo, porque é que John Cena ainda é campeão da WWE(no fundo, as razões são as mesmas), e porque é que HHH esteve tanto tempo com tantos títulos, criou estrelas e fez nascer lendas.
Para resumir a informação anterior, quanto a maiores Pops e Heat:
Maior Pop:
- Batista
- Chris Benoit
- Kane
Maior Heat:
- Chavo Guerrero
- Finlay
- Sylvan
Mas tudo isto são racionalizações a posteriori. No essencial, aquilo que ficou foi uma experiência fantástica. Vejo wrestling há pelo menos 14 anos, desde que passava na RTP1. Foi também por essa altura que a WWE cá esteve pela última vez, num espectáculo a que não assisti. Portanto, hoje foi a minha primeira vez num evento do desporto (porque sim, é um desporto) que adoro, mas não será a última, pois já em Junho teremos cá o Raw.
E isto leva-me a pensar no que foi que trouxe estas oportunidades todas. Muitas pessoas conhecem pequenos movimentos com os quais se identificam em várias áreas - os escritores obscuros, as bandas de garagem, os filmes de culto. Quando esses se tornam objecto da atenção do grande público, muitas vezes os fãs originais sentem-se traídos, acham que aqueles de quem gostavam se tornaram "comerciais", e custa-lhes admitir que existam mais pessoas que gostam daquilo que também eles gostam. Eu sou um fã "original" de wreslting, pois penso que 14 anos de combates memorizados, e vedetas que não esqueço, já são bastante. Mas não me sinto minimamente mal com a actual vaga de wrestling que nos cobre. Sim, o wrestling em Portugal hoje é uma moda, e uma moda que com toda a certeza irá passar. Muitas pessoas, algumas muito novas, que hoje acompanham o espectáculo, não tarda já nem se lembrarão que ele existe. É um pouco como tudo o resto na vida. Mas o facto de essas pessoas hoje gostarem do que eu gosto é aquilo que me trouxe todas estas oportunidades únicas, de ter wrestling na televisão, de ver wrestling ao vivo, de poder ler jornais de referêcia e encontrar páginas dedicadas ao wrestling. Se são fãs a sério ou apenas "posers", sinceramente não me importa. Fico feliz por o wrestling em Portugal ter deixado de ser uma coisa pequenina de Internet, e passado a ser uma forma massificada de entretenimento. Se assim não tivesse sido, a WWE nunca teria vindo a Portugal, e hoje não estaria aqui tão feliz quanto estou por ter assistido a este espectáculo maravilhoso.
« Página Principal | Próximo Post »
           
           
			





7 Comentários:
Obrigado pelo teu comentário, Paulo. Eu acho que o fenómeno do Wrestling não vai passar, mas a fase de moda sem dúvida. As modas processam-se por ciclos (é um pouco como os ténis All Star). Como sabes, no tempo do Hulk/Warrior o Wrestling teve uma projecção que só voltou a ter nas Monday Night Wars. Em Portugal, os ciclos correram desfasados, e os pontos altos coincidiram com os programas televisivos - primeiro RTP1, agora Sic Radical.
Quanto ao Raw, dado que foi anunciado ontem suponho que sim, que esteja confirmado. Aliás, já há muito corria esse rumor, e justifica-se plenamente. O Smackdown! foi o tubo de ensaio, e foi o sucesso que viste. Agora poderá vir aquele que é tido como o programa principal. Portanto creio que vais ter outra oportunidade, sim, e em breve. Pessoalmente, gostava que fosse mesmo um programa gravado e não um house show, mas não se pode ter tudo... Até lá, não te esqueças que teremos cá as vedetas da TNA em Janeiro.
Grande, grande, grande post! Tenho mesmo imensa pena de ter perdido estes dois espectáculos, mas em Junho não falto de maneira alguma!
Concordo com a maioria dos conteúdos do post e dos comentários. Deixem-me que vos diga que, para mim, o auge da renovada WWE, acabou por ser há uns anitos atrás com Hulk Hogan (já velhinho), Undertaker (este nunca está velho!), The Rock, Stone Cold Steve Austin, Triple H (nos seus anos de ouro), Shawn Michaels, Bret Hart, entre outros actuais lutadores... Isto porque tenho a impressão que a WWE ainda "sobrevive" (e como sobrevive!) no mundo inteiro graças a esses anos de rivalidades, popularidade impressionante destes lutadores, entrada em Hollywood pela mão dessa mesma popularidade, assim como de uma empresa cheia de creatividade, meios e gente muito inteligente! Quem não se lembra da ascenção de Mr.McMahon de simples relatador/comentador de combates a presidente da empresa... da passagem de JBL, um artista na comunicação com o publico (já dentro do ringue... He sucks!) para comentador do Smackdown, e mais recentemente, a ascenção de lutadores como Mr. Kennedy, Edge, Randy Orton, Batista e outros, que, como diz e bem no post, foram catapultados por Triple H e outras lendas, sem lhes retirar o mérito de excelentes atletas e entertainers. Isto porque acredito piamente que eles são o futuro da empresa... só repito que a chegada da WWE a Portugal há 5/6 anos atrás iria provocar uma explosão de popularidade ainda maior, já que se encontrava num auge crecendo, enquando acredito que neste momento se encontra numa "transição/afirmação" em crescendo. Uma coisa é certa... vou já montar a tenda na bilheteira... não perco o RAW em Junho por nada! Grande Abraço!
Ah!! Esqueci-me do meu final apoteotico!
If you smellllllllllllll... what n9ve is cooking!!!!!
;)
Paulo, contamos em ter diversas fotos do evento brevemente. Serão postadas no Blog, por isso, passa por cá brevemente ;)
A "pessoa que escreveu este post" agradece os comentários. :)
Vamos todos montar a tenda, e fazer do show de Junho maior ainda em adesão, em gritos lá dentro, em tudo, do que este. Só assim poderemos aspirar a um dia ter cá um programa mesmo a sério, Raw ou Smackdown, em Portugal.
Antes de mais,exccelente post retrata muito bem os combates e o ambiente do house show.
Já vejo wrestling antes de dar na RTP (na altura nao havia tvcabo,mas havia a parabólica :)),sinceramente se agora é moda,a mim é indiferente a paixão que eu tenho por este desporto será sempre a mesma(e como disseste se nao fosse o wrestling ter-se tornado moda se calhar a wwe nunca teria vindo a Portugal.
Quanto ao espectáculo em si,quem mais me surpeendeu( pq desconhecia,costumo acompanhar mais o raw nos ultimos 2 meses,por falta de tempo pa ver o Smackdown)foi o Jimmy Wang Yang.
Benoit (na minha opinião,o melhor wrestler na actualidade),se calhar pecou um pouco por não ter interagido com o público,mas nao é por isso k nao deu espectaculo dentro do ringue(acho qe foi um desperdicio coloca-lo a lutar com o tatanka).
E finalmente os melhores da noite,Mr.kennedy (grande entertainer,como uma pessoa o descreveu noutro site é aquele tipo de lutador que gostamos de não gostar,e claro o Batista que esteve excelente,(e claro o público qu esteve muito bem).
Para os que criticaram os combates propriamente ditos(ja vi muitas opiniões negativas,sobre isso em outros foruns),temos de nos lembrar que é um house show,secalhar o que eles priveligiaram foi + a interacção com o publico e nao os combates em si(ate porque os house shows servem para treinarem novs rotinas,na maioria das vezes.
Acho que só faltou uma coisa,o Undertaker :(
Enviar um comentário