A feud WWF/WCW teve o seu ponto mais alto quando, 1997, a WCW ofereceu um contrato a Bret "The Hitman" Hart cujo valor teria sido de nove milhões de dólares e com uma duração de três anos. A WWF e Vince McMahon fizeram uma contra-proposta com um contrato em que ofereciam um salário muito mais baixo a Bret Hart mas que tinha uma duração maior. Bret acabou por se manter fiel às raízes e aceitar a proposta da WWF. Mas, após alguns meses, e depois de muitas lutas financeiras e coisas que correram mal, McMahon alertou Bret Hart da situação financeira em que a WWF se encontrava e deu-lhe permissão para reabrir negociações com a WCW. Mesmo sendo muito fiel à WWF, Bret aceitou a proposta da WCW e estava combinado aparecer no WCW Monday Nitro pelo fim do ano.

Quando a partida de Bret Hart já não era uma surpresa, a WWF tinha um problema para resolver dado que o wrestler que se ia embora da companhia não era um wrestler qualquer, era sim o WWF Champion. No inicio da feud WWF/WCW já havia acontecido uma situação semelhante quando a, Alundra Blayze assinou pela WCW enquanto era WWF Woman’s Champion e quando no WCW Monday Nitro deitou o cinto de campeã no lixo durante uma promo do programa. Devido a este facto, o pior dos pesadelos para a WWF seria Bret Hart aparecer no WCW Monday Nitro usando o cinto de campeão da WWF. No entanto, Bret prometeu a Vince McMahon que tal não aconteceria e que a sua saída da companhia poderia ser adiada até ao momento em que ele pudesse perder o cinto. Contudo, McMahon estava preocupado porque o negócio de Bret Hart, que não era ainda público, poderia sair para as ruas num ápice e sentiu que deveria tirar o título a Bret o mais cedo possível, se possível, antes de ser anunciado publicamente que Bret iria para a WCW.

Hart usou o controlo que detinha sobre os seus bookings (clausula que estava prescrita no contrato) nos últimos 30 dias que estaria na WWF e fez com que o seu último grande combate fosse no Survivor Series que nesse ano iria ser realizado em Montreal, Quebec no Canada. No entanto, Bret fez saber aos directores da WWF que estava disposto a perder o título mas que tinha duas condições: primeira, não o queria perder na sua terra natal; segunda, não o queria perder para o seu rival, "HBK" Shawn Michaels. Mas McMahon acabou por não aceitar as condições exigidas por Bret mesmo tendo concordado com este que toas as sua condições iriam ser cumpridas. Durante o combate, já na parte final, Shawn Michaels aplicou o Sharpshooter Bret Hart e, tanto quando se sabe, o combinado seria Bret inverter o movimento e aplicar também o Sharpshooter a Michaels. Mas nunca houve hipótese para tal, porque o árbitro desse combate, o agora famoso Earl Hebner, com instruções de Vince McMahon que estava nas proximidades do ringue, deu instruções para tocarem a campainha porque Bret tinha desistido. Bret não percebeu na altura o que se passou até que anunciaram Shawn Michaels como o vencedor e novo WWF Champion. Bret Hart ficou tão frustrado e furioso que literalmente cuspiu na cara de McMahon antes de este deixar o ringue. É também dito por muitas pessoas próximas da WWE que Bret chegou a esmurrar McMahon e na, na verdade, McMahon apareceu com um olho ‘à belenenses’ nos dias seguintes.

McMahon usou, no entanto, as repercussões desse combate para se auto-promover como o dono malévolo da WWF, um homem que ajudava os heels e que detestava os faces, como por exemplo Stone Cold Steve Austin. Tudo isto levou a uma das mais famosas feuds de todos os tempos: Austin vs. McMahon, que foi o impulsionador da chamada e aclamada WWF Attitude.

Postado em 9 de março de 2006 às 9:27 da tarde. Pode deixar um comentário.
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